quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

A esperança sempre pode vencer o medo...

Época de celebrações, de renovação das esperanças...
Reflexões profundas, para mudanças profundas...

--> Quando der tempo quero trazer imagens e falar sobre as vitórias da educação, no RS e em Uruguaiana, dias 22 e 23 de dezembro.

"quem sabe faz a hora!"...

sábado, 12 de dezembro de 2009

Fragmentos

" ...SE SOMOS PROGRESSISTAS, SE ESTAMOS A FAVOR DA VIDA E NÃO DA MORTE, DA EQUIDADE E NÃO DA INJUSTIÇA, DO DIREITO E NÃO DO ARBÍTRIO, DA CONVIVÊNCIA COM O DIFERENTE E NÃO DE SUA NEGAÇÃO, NÃO TEMOS OUTRO CAMINHO SE NÃO VIVER PLENAMENTE A NOSSA OPÇÃO." (Paulo Freire - Pedagogia da Indignação)


"Viver plenamente a sua opção" é a história do companheiro Otavino Alves da Silva e ele nos conta sobre seus caminhos, seu aprender e partilhar sonhos no livro que lança na sexta-feira, dia 11 de dezembro às 19h e 30min na Casa Legislativa de Uruguaiana-RS.

O nome do livro é


"FRAGMENTOS - M
emórias de um carpinteiro que muito cedo aprendeu a dizer não!"
por
Otavino Alves da Silva
++=====================================
Também com lançam
ento previsto para 2010, na Bahia e em Minas Gerais.

Tive a honra e o prazer de conhecer este camarada de fala mansa e profunda lá pelos idos de 2002, nas vésperas da eleição do companheiro Luís Inácio. Em diversos momentos estivemos juntos construindo a vitória do operário presidente e depois das eleições na composição do Coletivo Socialista, grupo de debates e discussões que perdurou por cerca de dois anos num esforço de construção e formação política em nossa cidade.

Muito aprendi com a presença generosa do "seu" Otavino. Militante exemplar, com uma vida engajada e sua práxis socilaista, contribuiu muito com minha formação política nestes últimos anos.

Além da contribuição teórico-prática, com sua refinadas análises de conjuntura que nunca perdem a perspectiva histórica da vida, agradeço ainda pela confiança e pelo apoio nas eleições de 2008, quando pudemos caminhar juntos mais uma porção de vezes!

Otavino e eu, na União das Vilas, 2008

E pela certeza de que a luta continua, saudo e parabenizo o companheiro Otavino pelo lançamento do tão esperado livro. Uma mistura de autobiografia, ciência política e história do Brasil é o que deve ser esperado na leitura de "Fragmentos"; um relato quas eindividual mas que revela e conta toda uma época.
Hoje arrisco dizer que, para ler "...a história de uma carpinteiro que muito cedo aprendeu a dizer não" é preciso conhecer um pouco da história do Brasil no século XX; mas arrisco mais ainda ao dizer que, após esta leitura, já não poderemos contar a História do Brasil sem a história do carpinteiro. Um entre muitos. Muitos em um!
Sempre com a disposição ao diálogo; partilhando sua experiência militante pela transformação da sociedade.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Meias verdades (ou grande mentiras?)

Mais uma vez Galeano...
O texto é de 2007, mas nem se nota...
>

Quatro frases que fazem o nariz do Pinóquio crescer

Eduardo Galeano –

1 – Somos todos culpados pela ruína do planeta.

A saúde do mundo está feito um caco. ‘Somos todos responsáveis’, clamam as vozes do alarme universal, e a generalização absolve: se somos todos responsáveis, ninguém é. Como coelhos, reproduzem-se os novos tecnocratas do meio ambiente. É a maior taxa de natalidade do mundo: os experts geram experts e mais experts que se ocupam de envolver o tema com o papel celofane da ambiguidade. Eles fabricam a brumosa linguagem das exortações ao ‘sacrifício de todos’ nas declarações dos governos e nos solenes acordos internacionais que ninguém cumpre. Estas cataratas de palavras – inundação que ameaça se converter em uma catástrofe ecológica comparável ao buraco na camada de ozônio – não se desencadeiam gratuitamente. A linguagem oficial asfixia a realidade para outorgar impunidade à sociedade de consumo, que é imposta como modelo em nome do desenvolvimento, e às grandes empresas que tiram proveito dele. Mas, as estatísticas confessam. Os dados ocultos sob o palavreado revelam que 20 por cento da humanidade cometem 80 por cento das agressões contra a natureza, crime que os assassinos chamam de suicídio, e é a humanidade inteira que paga as consequências da degradação da terra, da intoxicação do ar, do envenenamento da água, do enlouquecimento do clima e da dilapidação dos recursos naturais não-renováveis. A senhora Harlem Bruntland, que encabeça o governo da Noruega, comprovou recentemente que, se os 7 bilhões de habitantes do planeta consumissem o mesmo que os países desenvolvidos do Ocidente, “faltariam 10 planetas como o nosso para satisfazerem todas as suas necessidades.” Uma experiência impossível.

Mas, os governantes dos países do Sul que prometem o ingresso no Primeiro Mundo, mágico passaporte que nos fará, a todos, ricos e felizes, não deveriam ser só processados por calote. Não estão só pegando em nosso pé, não: esses governantes estão, além disso, cometendo o delito de apologia do crime. Porque este sistema de vida que se oferece como paraíso, fundado na exploração do próximo e na aniquil ação da natureza, é o que está fazendo adoecer nosso corpo, está envenenando nossa alma e está deixando-nos sem mundo.


2 – É verde aquilo que se pinta de verde.

Agora, os gigantes da indústria química fazem sua publicidade na cor verde, e o Banco Mundial lava sua imagem, repetindo a palavra ecologia em cada página de seus informes e tingindo de verde seus em

préstimos. “Nas condições de nossos empréstimos há normas ambientais estritas”, esclarece o presidente da suprema instituição bancária do mundo. Somos todos ecologistas, até que alguma medida concreta limite a liberdade de contaminação.

Quando se aprovou, no Parlamento do Uruguai, uma tímida lei de defesa do meio-ambiente, as empresas que lançam veneno no ar e poluem as águas sacaram, subitamente, da recém-comprada máscara verde e gritaram sua verdade em termos que poderiam ser resumidos assim: “os defensores da natureza são advogados da pobreza, dedicados a sabotarem o desenvolvimento econômico e a espantarem o investimento estrangeiro.” O Banco Mundial, ao contrário, é o principal promotor da riqueza, do desenvolvimento e do investimento estrangeiro. Talvez, por reunir tantas virtudes, o Banco manipulará, junto à ONU, o recém-criado Fundo para o Meio-Ambiente Mundial. Este imposto à má consciência disporá de pouco dinheiro, 100 vezes menos do que haviam pedido os ecologistas, para financiar projetos que não destruam a natureza. Intenção inatacável, conclusão inevitável: se esses projetos requerem um fundo especial, o Banco Mundial está admitindo, de fato, que todos os seus demais projetos fazem um fraco favor ao meio-ambiente. O Banco se chama Mundial, da mesma forma que o Fundo Monetário se chama Internacional, mas estes irmãos gêmeos vivem, cobram e decidem em Washington. Quem paga, manda, e a numerosa tecnocracia jamais cospe no prato em que come. Sendo, como é, o principal cred or do chamado Terceiro Mundo, o Banco Mundial governa nossos escravizados países que, a título de serviço da dívida, pagam a seus credores externos 250 mil dólares por minuto, e lhes impõe sua política econômica, em função do dinheiro que concede ou promete. A divinização do mercado, que compra cada vez menos e paga cada vez pior, permite abarrotar de mágicas bugigangas as grandes cidades do sul do mundo, drogadas pela religião do consumo, enquanto os campos se esgotam, poluem-se as águas que os alimentam, e uma crosta seca cobre os desertos que antes foram bosques.


3 – Entre o capital e o trabalho, a ecologia é neutra.

Poder-se-á dizer qualquer coisa de Al Capone, mas ele era um cavalheiro: o bondoso Al sempre enviava flores aos velórios de suas vítimas... As empresas gigantes da indústria química, petroleira e automobilística pagaram boa parte dos gastos da Eco 92: a conferência internacional que se ocup ou, no Rio de Janeiro, da agonia do planeta. E essa conferência, chamada de Reunião de Cúpula da Terra, não condenou as transnacionais que produzem contaminação e vivem dela, e nem sequer pronunciou uma palavra contra a ilimitada liberdade de comércioque torna possível a venda de veneno.

No grande baile-de-máscaras do fim do milênio, atéa indústria química se veste de verde. A angústia ecológica perturba o sono dos maiores laboratórios do mundo que, para ajudarem a natureza, estão inventando novos cultivos biotecnológicos. Mas, esses desvelos científicos não se propõem encontrar plantas mais resistentes às pragas sem ajuda química, mas sim buscam novas plantas capazes de resistir aos praguicidas e herbicidas que esses mesmos laboratórios produzem. Das 10 maiores empresas do mundo produtoras de sementes, seis fabricam pesticidas (Sandoz-Ciba-Geigy, Dekalb, Pfizer, Upjohn, Shell, ICI). A indústria química não tem tendências masoquistas.

A recuperação do planeta ou daquilo que nos sobre dele implica na denúncia da impunidade do dinheiro e da liberdade humana. A ecologia neutra, que mais se parece com a jardinagem, torna-se cúmplice da injustiça de um mundo, onde a comida sadia, a água limpa, o ar puro e o silêncio não são direitos de todos, mas sim privilégios dos poucos que podem pagar por eles. Chico Mendes, trabalhador da borracha, tombou assassinado em fins de 1988, na Amazônia brasileira, por acreditar no que acreditava: que a militância ecológica não pode divorciar-se da luta social. Chico acreditava que a floresta amazônica não será salva enquanto não se fizer uma reforma agrária no Brasil. Cinco anos depois do crime, os bispos brasileiros denunciaram que mais de 100 trabalhadores rurais morrem assassinados, a cada ano, na luta pela terra, e calcularam que quatro milhões de camponeses sem trabalho vão às cidades deixando as plantações do interior. Adaptando as cifra s de cada país, a declaração dos bispos retrata toda a América Latina. As grandes cidades latino-americanas, inchadas até arrebentarem pela incessante invasão de exilados do campo, são uma catástrofe ecológica: uma catástrofe que não se pode entender nem alterar dentro dos limites da ecologia, surda ante o clamor social e cega ante o compromisso político.

4 – A natureza está fora de nós.

Em seus 10 mandamentos, Deus esqueceu-se de mencionar a natureza. Entre as órdens que nos enviou do Monte Sinai, o Senhor poderia ter acrescentado, por exemplo: “Honrarás a natureza, da qual tu és parte.” Mas, isso não lhe ocorreu. Há cinco séculos, quando a América foi aprisionada pelo mercado mundial, a civilização invasora confundiu ecologia com idolatria. A comunhão com a natureza era pecado. E merecia castigo. Segundo as crônicas da Conquista, os índios nômades que usavam cascas para se vestirem jamais esfolavam o tronco inteiro, para não aniquilarem a árvore, e os índios sedentários plantavam cultivos diversos e com períodos de descanso, para não cansarem a terra. A civilização, que vinha impor os devastadores monocultivos de exportação, não podia entender as culturas integradas à natureza, e as confundiu com a vocação demoníaca ou com a ignorância. Para a civilização que diz ser ocidental e cristã, a natureza era uma besta feroz que tinha que ser domada e castigada para que funcionasse como uma máquina, posta a nosso serviço desde sempre e para sempre. A natureza, que era eterna, nos devia escravidão. Muito recentemente, inteiramo-nos de que a natureza se cansa, como nós, seus filhos, e sabemos que, tal como nós, pode morrer assassinada. Já não se fala de submeter a natureza. Agora, até os seus verdugos dizem que é necessário protegê-la. Mas, num ou noutro caso, natureza submetida e natureza protegida, ela está fora de nós. A civilização, que confunde os relógios com o tempo, o crescimento com o desenvolvimento, e o grandalhão com a grandeza, também confunde a natureza com a paisagem, enquanto o mundo, labirinto sem centro, dedica-se a romper seu próprio céu.


*Exceto a primeira e a terceira ilustração, as outras trÊs fotos desta postagem são de autoria dop fotógrafo português Gaspar de Jesus, cujo trabalho pode ser conferido clicando AQUI.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O Dia da Justiça (há de chegar!)

Acredito que tenha sido em virtude da data do 8 de dezembro: Dia da Justiça.

O fato é que recebi, de diversas e diferenciadas fontes o mesmo texto. Publicado na Folha de São Paulo do dia 04 de dezembro (sexta-feira) e de autoria do sociólogo português Boaventura de Souza Santos , o texto "A contrarrevolução jurídica". O texto chama atenção para um movimento mundial - mas que nós gaúchos já temos vivido duramente - movimento este, causado pela promíscua relação entre as elites políticas, econômicas e judiciárias.

Há certo tempo foi o Ministério Público, em Ata secreta, que buscava decretar o fim dos movimentos sociais agrários; outra hora é a Juíza (ou Promotora?) de São Gabriel que chama de "extremamente profissional" a ação da Brigada Militar que acabou com o assassinato de Elton Brum e fortes indícios de torturas à crinaças do MST.

São nojentas as declarações realizadas sob os holofotes das empresas de comunicação; com a devida assepssia da linguagem jurídica, afirmam buscar a garantia dos direitos de todos, mas naquela velha balança, alguns pesam mais que outros...

Mas o tal feriado forense está aí... dia 8 de dezembro: Dia da Justiça! Instituído pela Lei n.º 1.408, de 9 de agosto de 1951, em seu art. 5.º, como feriado forense em todo o território nacional.

E justiça seja feita: feriado gozado por milhares de trabalhadores/as de diferentes formações e atividades nos órgãos do judiciário e funções de justiça.

Mas como alento para a esperança de que uma outra justiça pé possível,deixo o exemplo de Jacques Alfonsin (leia uma de suas entrevistas sobre ação da Justiça e BM em relação ao MST e entenda a contrarrevolução conservadora em curso)

E o texto do Boaventura está aqui, logo abaixo. Conheça a página do sociólogo clicando na foto.



Boaventura: A contrarrevolução jurídica

ESTÁ EM curso uma contrarrevolução jurídica em vários países latino-americanos. É possível que o Brasil venha a ser um deles.

Entendo por contrarrevolução jurídica uma forma de ativismo judiciário conservador que consiste em neutralizar, por via judicial, muito dos avanços democráticos que foram conquistados ao longo das duas últimas décadas pela via política, quase sempre a partir de novas Constituições.

Como o sistema judicial é reativo, é necessário que alguma entidade, individual ou coletiva, decida mobilizá-lo. E assim tem vindo a acontecer porque consideram, não sem razão, que o Poder Judiciário tende a ser conservador. Essa mobilização pressupõe a existência de um sistema judicial com perfil técnico-burocrático, capaz de zelar pela sua independência e aplicar a Justiça com alguma eficiência.
A contrarrevolução jurídica não abrange todo o sistema judicial, sendo contrariada, quando possível, por setores progressistas.

Não é um movimento concertado, muito menos uma conspiração. É um entendimento tácito entre elites político-econômicas e judiciais, criado a partir de decisões judiciais concretas, em que as primeiras entendem ler sinais de que as segundas as encorajam a ser mais ativas, sinais que, por sua vez, colocam os setores judiciais progressistas em posição defensiva.
Cobre um vasto leque de temas que têm em comum referirem-se a conflitos individuais diretamente vinculados a conflitos coletivos sobre distribuição de poder e de recursos na sociedade, sobre concepções de democracia e visões de país e de identidade nacional.

Exige uma efetiva convergência entre elites, e não é claro que esteja plenamente consolidada no Brasil. Há apenas sinais nalguns casos perturbadores, noutros que revelam que está tudo em aberto. Vejamos alguns.
- Ações afirmativas no acesso à educação de negros e índios. Estão pendentes nos tribunais ações requerendo a anulação de políticas que visam garantir a educação superior a grupos sociais até agora dela excluídos.

Com o mesmo objetivo, está a ser pedida (nalguns casos, concedida) a anulação de turmas especiais para os filhos de assentados da reforma agrária (convênios entre universidades e Incra), de escolas itinerantes nos acampamentos do MST, de programas de educação indígena e de educação no campo.
- Terras indígenas e quilombolas. A ratificação do território indígena da Raposa/Serra do Sol e a certificação dos territórios remanescentes de quilombos constituem atos políticos de justiça social e de justiça histórica de grande alcance. Inconformados, setores oligárquicos estão a conduzir, por meio dos seus braços políticos (DEM, bancada ruralista) uma vasta luta que inclui medidas legislativas e judiciais.

Quanto a estas últimas, podem ser citadas as "cautelas" para dificultar a ratificação de novas reservas e o pedido de súmula vinculante relativo aos "aldeamentos extintos", ambos a ferir de morte as pretensões dos índios guarani, e uma ação proposta no STF que busca restringir drasticamente o conceito de quilombo.
- Criminalização do MST. Considerado um dos movimentos sociais mais importantes do continente, o MST tem vindo a ser alvo de tentativas judiciais no sentido de criminalizar as suas atividades e mesmo de o dissolver com o argumento de ser uma organização terrorista.

E, ao anúncio de alteração dos índices de produtividade para fins de reforma agrária, que ainda são baseados em censo de 1975, seguiu-se a criação de CPI específica para investigar as fontes de financiamento.
- A anistia dos torturadores na ditadura. Está pendente no STF arguição de descumprimento de preceito fundamental proposta pela OAB requerendo que se interprete o artigo 1º da Lei da Anistia como inaplicável a crimes de tortura, assassinato e desaparecimento de corpos praticados por agentes da repressão contra opositores políticos durante o regime militar.
Essa questão tem diretamente a ver com o tipo de democracia que se pretende construir no Brasil: a decisão do STF pode dar a segurança de que a democracia é para defender a todo custo ou, pelo contrário, trivializar a tortura e execuções extrajudiciais que continuam a ser exercidas contra as populações pobres e também a atingir advogados populares e de movimentos sociais.

Há bons argumentos de direito ordinário, constitucional e internacional para bloquear a contrarrevolução jurídica. Mas os democratas brasileiros e os movimentos sociais também sabem que o cemitério judicial está juncado de bons argumentos.

BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS, 69, sociólogo português, é professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (Portugal). É autor, entre outros livros, de "Para uma Revolução Democrática da Justiça" (Cortez, 2007).

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

mesmas farinhas, mesmos sacos...

Depois do anúncio via CLOACA ou RS URGENTE, de que o Brasil correrá o risco de votar "num careca e levar dois", conheça a composição quase completa da DEMOTUCANADA que se apresenta:


Faça-me o favor!

Fujam pras colinas!!!!!!!!!!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

As violências e a Carta

Em princípio passaria o mês de novembro em branco no blog. Tenho estado envovlido em várias coisas nas escolas, em casa, enfim... planos, leituras, projetos, correrias... Mas certas coisas merecem ser ditas, mesmo que no anonimato do teclado (que depois poderá se transformar na publicidade e abertura de um blog).

Estamos em uma semana marcada pela violência. Pelo menos do ponto de vista deste observador do mundo aqui.

A violência climática. Que pelo menos aqui nesta fronteira não foi tão drástica, apesar de que a abundância das águas do Rio Uruguai já atinge as populações ribeirinhas. Mas em outras regiões do estado causou mortes e destruição.
No momento em que escrevo, vizinhos alarmistas já anunciam temporais para o final de semana. Não é de se duvidar!

A violência das armas. Na quarta-feira, um conhecido advogado foi assassinado em condições ainda não plenamente esclarecidas aqui em Uruguaiana. O autor - ou suposto autor - já está preso na Argentina, para onde teria fugido; e o inquérito instaurado.
Em Londrina, briga de trÂnsito acaba em morte de criança de apenas 2 anos (vendo isso não posso deixar de pensar na minha filha!).
A violência é banalizada diariamente. As manchetes dos jornais, os noticiários da televisão divulgam diariamente muito mais ocorrências do que apenas estas duas: confrontos envolvendo a polícia, balas perdidas, assaltos, etc...

Mas estes dois casos em particular me levaram a lembrar da militância no Referendo do desarmamento, lá em 2005. Éramos algumas poucas vozes a percorrer escolas, associações, praças, etc... Defendemos - naquela época e hoje - a total desnecessidade de se ter armas em casa; e o contrasenso entre o uso de armas em nível doméstico e nosso papel civilizatório como educadores, concidadãos e membros da "pólis" contemporânea.

É triste ver que a "segurança" tão propalada pelos defensores das armas não é garantida pelo uso de armas. Pelo contrário, aqueles exemplos míticos, hollywoodianos, "a lá Charles Bronson e Chuck Norris" que usavam ára justificar o uso de armas, contando histórias de pessoas que salvaram suas famílias pelo uso da arma que carregavam no carro ou tinham em casa , são quase inexistentes.

Mas inúmeros são os casos em que as armas que eram carregadas por simples pessoas, "desejosas de segurança", realizaram tragédias pessoais e coletivas como as duas recentes, ocorridas na quarta-feira.

A violência política. Depois do movimento orquestrado com a grande mídia gaudéria, o (des)governo Yeda/PSDB, finalmente encaminhou seus projetos para a Assembléia Legislativa. Não quero que leiam os projetos pelos meus olhos. Deixo aqui os links para que todos conheçam o conteúdo dos textos (PEC 200/2009; PL 333/09; PL 334/09 e PL 335/09). Verdadeiras agressões à escola e aos trabalhadores em educação.

A repercussão dos últimos dias merece uma análise crítica dos textos propostos(sic) pelo Governo. Por enquanto vou me abster de escrever mais a respeito, mas temos conversado bastante sobre a questão.

Apesar disso, vou deixar aqui uma carta escrita pelo deputado Elvino Bohn Gass (PT) ao colunista d eZH Paulo Sant"anna. Excelente detalhamento, que escancara, de uma vez só, a blindagem da mídia e o verdadeiro efeito dos famigerados "MILEQUINHENTOS".


Carta de Elvino Bohn Gass para Paulo Sant’Ana

“Prezado Sant’Ana, leio tua coluna regularmente e sei que ela é lida por muitos gaúchos e gaúchas, que formam sua opinião, muitas vezes, baseados nas informações que reproduzes. Por isso, não posso me furtar de comentar tua manifestação desta quarta-feira, dia 11, quando afirmas que o governo estadual está garantindo aumento salarial significativo para os professores gaúchos.

Caro Sant’Ana, quero lembrar-lhe que há uma lei federal que estabelece o Piso Nacional do Magistério, em vigor desde 2008 e que deve valer como piso a partir de janeiro de 2010, em R$ 1.132,40. Os governos que não a cumprirem estarão sujeitos a ações judiciais e precatórios. Ainda aqui, é verdade, a aparência beneficia o governo estadual, mas façamos uma análise mais detida.

O piso nacional é, de fato, piso. E sobre ele incidirão todas as vantagens e direitos adquiridos, ao contrário do valor proposto pela governadora, que engessa o vencimento em R$ 1,5 mil. Um exemplo: um professor do nível 5, classe A, com mais de três e menos de seis anos de serviço e sem nenhum benefício, como difícil acesso e unidocência, receberia R$ 52 a mais por mês se adotado o piso estadual. Mas, se adotado o nacional, o acréscimo seria de R$ 401, cinco vezes mais.

Temos, então, que os professores gaúchos ficarão em desvantagem em relação a seus colegas do resto do país e não o contrário, como dá a entender a tua coluna. A maioria dos Estados avalizou a iniciativa do governo Lula, apenas o Rio Grande do Sul e outros dois Estados posicionaram-se contra. Os professores gaúchos, se vigorar a vontade da governadora, vão perder. Essa é a verdade.

Um abraço,

Elvino Bohn Gass”

É preciso levar este debate adiante!

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Nas vésperas do feriadão...

Aqui, na terra do sol fronteiriço, o calor é africano, o frio siberiano...poucos meios-termos - pelo menos no clima. Não sei se quando o sol passa pro lado de lá do Rio Uruguai continua escaldante, pelo menos aqui pelo paralelo 30 deve ser...

Pelos idos de quase novembro, o feriado prolongado vem bem a calhar. Tempo com a família, com alguma leitura, com algum sono atrasado, com algo gelado na goela, uma caminhada após o anoitecer..e logo, logo volta a semana cheia de afazeres e relógios carrascos nos perseguindo.

É a vida correndo sabe-se lá para onde!Pensando na vida, nas antecésperas do Dia dos Finados
Agora, aqui, ouvindo VooDoo Glow Skulls, no álbum "Baile do los locos", como de costume cheios de artes e motivos das festividades e mitologias funerárias mexicanas. Povo que vive uma relação diferente da nossa, pelo menos do ponto de vista estético. É uma festa originalmente indígena, violentada pela presença européia que, sincretismos à parte, transformou-se em patrimônio cultural da humanidade.

Lembro ainda dos tempos de faculdade, da leitura de Otávio Paz e seu "labirinto da Solidão", livro no qual o autor desnuda a alma do povo mexicano, tão vulnerável, mimetiza outras personalidade com as máscaras no Dia dos Mortos e em outros eventos - lembrei da gente no Brasil em Carnaval, 20 de setembro e Copa do Mundo...

Mesmo com todas as dificuldades que geralmente temos para falar da morte, e apesar das diferentes experiência de/com a morte, prefiro a perspectiva mexicana - e não deles - que aponta para a morte como parte de um ciclo: o difícil é saber se estamos prontos para fase seguinte...até onde eu sei, não há "reset" como no Counter Strike (que eu nunca joguei! [ainda!])

Deixo aqui texto para refletir sobre o feriadão:

A MORTE

Bagwan Sri Rajneesh

Discurso proferido no Buddha Hall no Koregaon Park, Pune, Índia

Vida está no viver. Não é uma coisa, é um processo. Não há modo de nos relacionarmos com a Vida a não ser vivendo-a, a não ser estando vivos, a não ser fluindo com ela.

Se se procurar o significado da Vida nalgum dogma, nalguma teologia, numa filosofia, esse é o caminho certo para perder ambos, a Vida e o seu significado. A Vida não está algures à sua espera. Está a acontecer em si, não está no futuro como um bem a ser atingido. Está aqui e agora, neste preciso momento, na sua respiração, circulando no seu sangue, no seu coração.

Seja o que for que você é, é a sua vida. E se começar a procurar significados nalgum outro lugar, não vai encontrá-la. E o Homem fez isso durante séculos. Os conceitos tornaram-se muito importantes, as explicações tornaram-se muito importantes e o real é completamente esquecido. Nós não olhamos para o que sempre esteve aqui, antes queremos racionalizações.

Ninguém vos pode dar o significado da vossa vida. É a vossa vida. O significado tem, também, que ser vosso. Ninguém vo-lo pode dar. Os Himalaias não irão ajudar. Só você o pode descortinar, só a si ele é acessível.

A primeira coisa que gostaria de vos dizer é: não o procurem em qualquer outro lado. Não o procurem em mim, nas escrituras, em explicações. Elas não explicam nada. Elas simplesmente sobrecarregam a vossa mente, não os tornam conscientes daquilo que realmente existe. Quanto mais a mente estiver sobrecarregada com conhecimento morto, mais atordoados e estúpidos vocês se tornam. O conhecimento torna as pessoas estúpidas, turva a sua sensibilidade, torna-se para elas um peso e desenvolve-lhes o ego, em vez de as esclarecer e de lhes mostrar o caminho. Nem isso seria possível. A Vida já está borbulhando dentro de vocês e só lá pode ser encontrada, não fora de vocês; vocês são o altar da Vida.

Assim, a primeira coisa a reter, se quiserem saber o que é a Vida, é nunca a procurarem fora, nunca procurarem descobri-la a partir de outra pessoa, porque não pode ser transferida desse modo. Os maiores mestres nunca disseram nada sobre a Vida, eles sempre a enviaram de volta a vós mesmos. A segunda coisa a reter é que se vocês souberem o que a vida é, saberão o que a morte é. Porque a morte é também parte do mesmo processo.

Habitualmente pensamos que a Morte vem no fim, pensamos que a Morte é contra a Vida, pensamos que ela é o inimigo. Mas a Morte não é o inimigo. E se você pensa que a Morte é o inimigo, isso só mostra que não foi capaz de saber o que a Vida é. Morte e Vida são duas polaridades da mesma energia, do mesmo fenômeno. A maré alta e a maré baixa, o dia e a noite, o verão e o inverno, não são opostos, mas sim complementares. A Morte não é o oposto da Vida, na verdade é a culminância da Vida, o zênite de uma vida, o clímax, o final. E quando você conhecer a sua vida e o seu processo, conhecerá o que a morte é; a Morte é uma parte integral e orgânica da Vida, e é muito amigável e cooperante com ela. Na verdade, a Vida não pode existir só por si. Ela existe por causa da Morte. Esta é o seu pano de fundo. De fato, a Morte é um processo de renovação. A Morte surge a cada momento, tal como acontece com a Vida. A renovação é necessária a todos os momentos. Quando você inspira, vai precisar expirar. Ambos os movimentos são necessários. Ao inspirar a Vida acontece, ao expirar a Morte acontece. É por isso que quando uma criança nasce, a primeira coisa que vai fazer é inspirar; então, a vida começa. Quando uma pessoa está moribunda, no seu último momento ela expira, e a Vida se solta. Expirar é Morte, inspirar é Vida. Ambas são como as rodas de um carro de bois. Você vive pela inspiração tanto quanto pela expiração. A expiração é parte da inspiração. Você não pode viver se parar de expirar. Você não pode viver se parar de morrer. Quem compreendeu o que a Vida é, permite que a Morte tenha lugar, recebe-a satisfeito. Uma pessoa morre a cada momento e a cada momento ressuscita. A sua cruz e a sua ressurreição estão acontecendo constantemente, como um processo. Se você discernir o que a Vida é, será capaz de discernir o que a Morte é. Se compreender o que a Morte é, então e só então, será capaz de compreender o que a Vida é. São orgânicas.

Comumente, devido a medos, concebemos uma divisão; pensamos que a Vida é o Bem e que a Morte é o Mal, que a Vida é para ser desejada e a Morte para ser evitada. E que, de alguma forma, temos de nos proteger da Morte. Ideia absurda. Porque aquele que se protege da Morte, torna-se incapaz de viver. É como alguém temeroso de exalar e que, por isso, fica incapaz de inalar. E então bloqueia. E assim, simplesmente se atém com avidez, a sua vida não é mais um fluir, um rio. Se você quer realmente viver, tem de estar pronto para morrer. Quem tem medo da Morte em você? A Vida tem medo da Morte? Não é possível que a Vida tenha medo do seu próprio processo integral! Então é outra coisa que, em você, tem medo. É o ego que tem medo dentro de si. Vida e Morte não são opostas. Ego e Morte são opostos. Vida e Morte não são opostas. Ego e Vida são opostos. O ego é contra ambas, a Vida e a Morte. O ego tem medo de viver. Tem medo de viver porque cada esforço, cada passo, em direção à Vida, torna a Morte mais próxima. À medida que você vive, vai-se tornando mais próximo de morrer. O ego teme viver e teme morrer. O que o ego faz é, simplesmente, apegar-se avidamente. Há muitas pessoas que não estão nem vivas nem mortas. Isso é o pior de tudo. Uma pessoa que está cheia de Vida está cheia de Morte também. É esse o significado de Jesus na cruz, o qual não foi bem compreendido. Jesus carrega a sua própria cruz e diz aos discípulos: vocês terão, também, de carregar a vossa própria cruz. O significado de Jesus carregar a sua cruz não é senão este muito simples: toda a gente tem de carregar a sua morte continuamente e toda a gente tem de morrer em todos os momentos. Toda a gente tem de viver na cruz porque essa é a única forma de viver plenamente. Quando se depararem com um momento de perfeita plenitude de Vida, então, subitamente, verão isso também. E aperceberão Vida e Morte como uma ação conjunta. E, ao contrário, se estiverem minimamente despertos, então verão Vida e Morte separadas. Quanto mais perto estiverem do Alto mais elas se aproximam, até que, no limite, se tornam uma única realidade. No amor, na meditação, na confiança, onde a vida se torna plena, isso acontece. Sem isso, a vida não pode ser plena.

Porém, o ego pensa sempre em divisões, em dualidades, ele, na verdade, tudo divide. Contudo, a distância é indivisível, não pode ser dividida. Vocês foram crianças, depois tornaram-se jovens. Podem marcar a linha, no tempo, em que passaram a ser jovens, em que deixaram de ser crianças? Um dia tornar-se-ão velhos. Poderão traçar a linha a partir da qual passarão a ser velhos? Os processos não podem ser divididos. Acontece exatamente o mesmo no nascimento. Poderá demarcar-se quando a vida realmente começa? Começa quando a criança principia a respirar? Quando a criança surgiu no útero, a mãe engravidou, a criança foi concebida, começa aí a vida? Ou mesmo antes disso, quando é que a vida realmente começa? É um processo infindável e sem início! Nunca começa. Quando uma pessoa morre, quando a respiração pára, estará então a pessoa morta? Muitos iogues provaram, numa base científica, que são capazes de interromper a respiração e continuar vivos. Então, a paragem da respiração não pode ser o fim. Onde acaba a vida? Não acaba nunca. E não começa nunca, em lado nenhum. Estamos envolvidos em eternidade, estivemos aqui desde o início, caso tivesse havido algum início, e iremos estar aqui até ao fim de tudo, caso viesse a haver algum fim de tudo. Na verdade, não pode haver qualquer início nem qualquer fim. Nós somos Vida!

As formas mudam, os corpos mudam, as mentes mudam. Aquilo a que chamamos vida é somente a identificação com um determinado corpo, com uma determinada mente, com uma determinada atitude. E aquilo a que chamamos morte não é senão sairmos dessa forma, sairmos dessa mente, sairmos desse conceito. Vocês mudam de casa. Se se identificarem em demasia com uma casa, então mudar de casa será muito penoso, pensarão que, de certa forma, estarão morrendo; porque o conjunto da casa era o que vocês eram, era a vossa identidade; porém, isso não acontece porque sabem que estão só a mudar de casa e que permanecem os mesmos. Aqueles que olharam para dentro de si, os que encontraram quem realmente são, aprendem sobre um eterno e infindável processo. A Vida é um processo sem tempo, para além do tempo. A Morte é parte dele. A Morte é uma contínua renovação, uma ajuda à Vida para ressuscitar outra e outra vez. Uma ajuda à Vida para se livrar de velhas formas, de edifícios dilapidados, de velhas estruturas confinantes para que de novo vocês se possam sentir novos, frescos, e outra vez se possam tornar virgens.

Tudo retorna à sua fonte original. Tem de ser assim. Se você compreende a Vida, compreende igualmente a Morte. A Vida é um esquecimento da fonte original e a Morte é a sua lembrança novamente. A Vida vai-se afastando da fonte original, a Morte é o regresso a casa. A Morte não é feia, a Morte é linda. Mas é linda só para aqueles que viveram a sua vida de forma livre, desinibidamente, sem repressões, que a viveram de forma linda, sem medo de viver, para os que tiveram a coragem de viver, que amaram, que dançaram, que celebraram a Vida. A Morte torna-se na maior celebração quando a vida foi uma celebração. Deixem-me pôr o assunto da seguinte forma:

― Seja a vossa vida qual seja, a morte apenas traduz isso. Se foram indignos em vida, a morte vai revelar indignidade. A Morte é uma imensa reveladora. Se foram felizes em vida, a morte revela felicidade. Se viveram uma vida unicamente voltada para conforto físico, prazer físico, então, é claro, a morte irá ser muito desconfortável e desagradável. Porque o corpo tem de ser deixado, ele é unicamente uma residência temporária, um altar no qual nós ficamos durante a noite e temos de deixar pela manhã. Não é a vossa residência permanente, não é o vosso lar.

Assim, se viveram uma vida unicamente orientada fisicamente e nunca conheceram nada para além do corpo, a morte irá ser muito, muito …feia, desagradável, dolorosa, a morte será uma angústia. Mas se viveram um pouco mais alto que o corpo, se amaram a música e a poesia, se olharam e amaram as flores, e se algo do não-físico passou a fazer parte da vossa consciência, a morte não será tão má, não será tão dolorosa, e você poderá encará-la com equanimidade, embora não possa, ainda, ser uma celebração. Contudo, se você viveu algo do transcendente dentro de si, se penetrou a sua própria ausência no centro do seu ser, não mais um corpo, não mais uma mente, onde os prazeres físicos estão completamente deixados para trás e os prazeres mentais também, prazeres de música, de poesia, de pintura e literatura, se de tudo se desapegou completamente e você é simplesmente, unicamente, pura consciência, a morte será uma grande celebração, um grande entendimento, uma grande revelação. Se aprendeu algo do transcendente em si, a morte revelar-lhe-á algo do transcendente do universo. Não será mais uma morte, mas um encontro com Deus.

Assim, você poderá encontrar três formas de expressar a Morte:

― Na história da mente humana, uma expressão é a do homem comum, que vive apegado ao corpo, nunca conheceu algo mais elevado que o prazer da comida e do sexo, em que a vida foi somente comida e sexo, muito primitiva e grosseira, e viveu pensando que isso é tudo o que a Vida é. Então, no momento da morte, ele procurará agarrar-se à vida, lutará contra a morte, a morte virá como o inimigo e será vista como algo negro e diabólico. Estas pessoas não entenderam todas as dimensões da Vida, não foram capazes de tocar a profundidade da Vida, de voar para as alturas da Vida, passaram ao lado da plenitude, da bênção, da graça divina.

― Depois, há um segundo tipo de expressão da Morte. Poetas e filósofos, disseram algumas vezes que a Morte não é má, nada diabólica, que é somente um grande descanso, como um sono. Isto já é melhor que a primeira expressão. Pelo menos, estas pessoas aprenderam algo para além do corpo, aprenderam algo da mente. A sua vida não foi gasta somente a comer e a reproduzir-se. Com uma pequena sofisticação da alma, eles são um pouco mais nobres, mais refinados culturalmente; porém, eles dirão que a morte é como um grande repouso, que, estando cansados, vamos descansar. Eles, também, estão longe da verdade.

― Finalmente, os que conheceram a Vida no seu mais profundo âmago, dizem que a Morte é Deus. Não só um repouso, mas uma ressurreição, uma nova vida, um novo recomeço, uma nova porta que se abre.

Assim, a primeira questão, a questão mais fundamental é: Como viver? Deixem-me dizer-vos algumas coisas antes: A vossa vida é a vossa vida, não é de mais ninguém. Por isso, não vos permitam ser dominados por outros. Não vos permitam ser comandados por outros. Isso é uma traição à Vida. Se permitirem ser comandados por outros, vossos pais, a sociedade, o sistema educacional, os políticos, os padres, seja quem for, se permitirem o domínio de outros, irão perder a vossa própria vida, porque a dominação vem de fora enquanto a Vida está dentro de vós mesmos. Elas nunca se encontram. Eu não vos estou a dizer que se tornem uns “cofres fechados” em relação a tudo e mais alguma coisa. Isso não seria de grande utilidade.

Há dois tipos de pessoas, um é o tipo de pessoa muito obediente, sempre pronta a se render a toda e qualquer pessoa; estes não têm uma alma independente no seu interior, são imaturos, infantis, procuram sempre a figura do pai, alguém para lhes dizer o que fazer e não fazer, incapazes de confiar no seu próprio ser. Estas pessoas são a esmagadora maioria no mundo, são as massas. Depois, contrariamente a estas, há uma pequena minoria de pessoas que rejeitam a sociedade, que rejeitam os valores da sociedade, e que pensam que são rebeldes, mas não são, são apenas reacionários. Porque em boa verdade, quer vocês sigam a sociedade quer a rejeitem, se esta permanecer, de algum modo, como o referencial determinante, então são, em ambas as situações, dominados pela sociedade.

Deixem-me contar-vos uma anedota:

― Uma vez, Mulin Sudin, que deixara a sua terra por algum tempo, regressou à vila usando uma longa barba. Os seus amigos, naturalmente, saudaram a sua barba e perguntaram-lhe porque razão a usava. Ele, porém, não se mostrou agradado com a barba e começou mesmo a praguejar contra ela. Os amigos, espantados com a forma como ele falava, perguntaram-lhe porque continuava a usar barba se não gostava dela. Eu odeio esta maldita coisa, respondeu ele. Se a odeias, porque não a cortas e te vês livre dela, perguntou um dos amigos. Um maléfico fulgor assomou aos seus olhos quando respondeu: porque a minha mulher também a odeia.

Mas isso não o torna livre. Os “hippies”, “punks”, etc., não são, realmente, pessoas rebeldes, são reacionárias. Só reagiram contra a sociedade. Uns são obedientes, eles são desobedientes; mas o centro de dominação é o mesmo. Alguns obedecem, alguns desobedecem, mas nenhum olha para o seu próprio âmago. A pessoa verdadeiramente rebelde é a que não é nem pela sociedade nem contra a sociedade, mas a que vive simplesmente de acordo com a sua compreensão. Seguir a favor ou contra a sociedade não constitui preocupação para ele. Vive de acordo com a sua compreensão, de acordo com a sua pequena luz. Isto não é dizer que ele se torna egoísta. Ele é modesto. Sabe que a sua luz é pequena, mas é toda a luz que existe. Sabe que pode estar enganado, é modesto e diz: posso estar enganado mas, por favor, permitam que me engane quando atuo de acordo comigo próprio.

Este é o único caminho para aprender, cometer erros é o único caminho para aprender. Movermo-nos de acordo com o nosso entendimento é o único caminho para crescermos e amadurecermos. Se você estiver sempre voltado para alguém que dá as orientações, quer obedeça, quer desobedeça, não faz qualquer diferença porque nunca será capaz de saber o que a sua vida é; ela é para ser vivida e você tem de seguir a sua própria pequena luz; nem sempre se está seguro sobre o que fazer e você poderá sentir-se muito confuso: aceite isso. Mas, também, não deixe de procurar um caminho para sair da sua confusão. É muito simples e fácil ouvir os outros porque eles nos podem fornecer, numa bandeja, dogmas, orientações (faz isto, não faças aquilo), e estão muito seguros acerca dos seus conselhos.

A certeza não deve ser procurada, mas sim a compreensão. Se procurarem a certeza serão vítimas de uma armadilha ou outra. A certeza pode ser-lhe dada de barato, qualquer pessoa vo-la pode dar, mas, em última análise, você será um perdedor. Perdeu a sua vida só para se sentir seguro e certo. A Vida não é certeza nem tão-pouco segurança. A Vida é insegurança. Cada momento é um movimento para mais e mais insegurança. É um jogo. Nunca sabemos o que vai acontecer. E é lindo que não o saibamos. Se a vida fosse previsível, não valeria a pena ser vivida. Se tudo fosse como você gostasse que fosse e tudo fosse seguro, você não seria Homem, seria máquina. O Homem vive na liberdade. E a liberdade precisa de insegurança e incerteza. O verdadeiro Homem de inteligência é sempre hesitante. Porque ele não tem qualquer dogma com que contar, para se encostar, ele tem de ver e responder. Que seja admirado aquele que diz: “estou hesitante e movo-me na vida vacilante porque não sei o que vai acontecer e não tenho qualquer posição de princípio para seguir. Tenho que decidir a cada momento, nunca tomo decisões antecipadamente, tenho que decidir quando o momento chega”.

Assim, ter de se ser muito empático e isso é o que a responsabilidade é. A responsabilidade não é uma obrigação, um dever, é uma capacidade para corresponder. Alguém que queira saber o que a vida é, tem de ter a capacidade de saber corresponder. Ora isso está hoje em falta. Séculos de condicionamentos tornaram-vos mais como máquinas. Vocês perderam a verticalidade. Vocês esmolaram a segurança; estão seguros e confortáveis, mas tudo foi planeado por outros que tudo definiram e estabeleceram; eles rebentaram tudo. E, assim, é tudo uma tontaria absoluta porque, na verdade, a Vida não pode ser destruída, é indestrutível. E nada pode ser rígido porque tudo está em constante fluxo. Tudo se transforma a cada instante. À exceção da mudança nada é permanente. Como diz Heráclito: “Não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio”.

Os caminhos da Vida são muito em ziguezague. O modo da Vida não é como uma linha de comboio, não se desenvolve por linhas previamente traçadas; e é isso que constitui a sua beleza, a sua glória, a sua poesia, a sua música, i.e., o fato de conter uma permanente surpresa. Se você estiver à procura de segurança e de certezas, os seus olhos fechar-se-ão progressivamente, será cada vez menos surpreendido e, então, perderá a capacidade de se maravilhar. Uma vez perdida essa capacidade, você terá perdido a religião. A religião é o desabrochar do maravilhoso no seu coração. A religião é a receptividade para os mistérios que nos rodeiam.

Deste modo, a primeira regra é: não peçam a ninguém que vos diga como viver a vossa vida. A Vida é um bem tão precioso! Simplesmente viva-o. Não digo que não irão cometer erros, cometê-los-ão. Porém, não esqueçam uma coisa: não cometam o mesmo erro, vez após vez. Isso é suficiente. Se forem capazes de encontrar um novo erro todos os dias, cometam-no. Mas não repitam erros, isso é tolo. Uma pessoa capaz de encontrar novos erros está em contínuo crescimento. E esse é o único caminho para aprender. É o único caminho capaz de alcançar a vossa luz interna.

Procurar a Verdade nas Escrituras, em filosofias é como olhar para a lua cheia através do seu reflexo num pote de água. Se você perguntar a alguém como deverá viver a sua vida, estará, necessariamente, a pedir uma orientação enganadora porque essa pessoa só pode falar acerca da sua própria vida, e duas vidas nunca são iguais. Tudo o que essa pessoa lhe disser e transmitir será acerca da vida dela, e mesmo isso ela pode ter perguntado a outra pessoa. Ela pode ter seguido ou imitado uma terceira pessoa. Seria então o reflexo do reflexo. E os séculos passam e as pessoas vão refletindo a reflexão da reflexão enquanto a verdadeira lua e o céu sempre estiveram lá à vossa espera. É a vossa lua. É o vosso céu. Olhem diretamente. Sejam espontâneos quanto a isso. Vocês receberam lindos olhos para ver diretamente. Porque, então, pedir emprestado o entendimento? Lembrem-se, mesmo que isso se aplique ao meu caso: no momento em que tomam emprestado, torna-se conhecimento, não entendimento, sabedoria. A sabedoria emerge só do que é experienciado pela própria pessoa. Pode ser sabedoria para mim se eu tiver olhado a lua, mas no momento em que eu lhes transmito a minha experiência, torna-se conhecimento para vocês. Não mais é entendimento. Nessa altura é algo simplesmente verbal, linguístico. E a linguagem é uma mentira. Muitas pessoas vivem as suas vidas como professores de línguas. Esse é o mais falso modo de vida. A Realidade não precisa de linguagem. Está disponível a todos num nível não verbal. A lua está lá. Não precisa do pote nem do reflexo. Não precisa de qualquer intermediário. Você só precisa olhar para ela. É uma comunicação não verbal.

A Vida inteira está à vossa disposição, só precisam aprender a comunicar, não verbalmente, com ela. É disso que se trata na meditação: estar nesse espaço onde a linguagem não interfere, onde os conceitos eruditos não se intrometem entre você e o Real. Quando você ama uma mulher, não se preocupa com o que os outros disseram acerca do amor. Isso tornar-se-ia uma interferência. Você ama a mulher, o amor está lá. Esqueça tudo o que aprendeu acerca do amor. Esqueça todos os conselhos, esqueça todos os mestres. Por favor, não se torne um professor de linguística. Ame simplesmente a mulher, deixe o amor estar presente, deixe o amor liderá-lo e conduzi-lo aos seus mais íntimos segredos, aos seus mistérios. Então sereis capazes de saber o que é o Amor.

O que os outros dizem sobre meditação não tem qualquer interesse. Bastantes pessoas discursam sobre meditação, escrevem livros sobre meditação, dão aulas de meditação onde orientam muitos alunos sem, no entanto, a terem verdadeiramente provado alguma vez. Este é também o caso de milhões de pessoas que falam do Amor, que sabem todas os poemas acerca do Amor, mas que nunca amaram. E mesmo que pensassem que estavam enamorados, nunca o estiveram. É, para eles, uma questão da cabeça, não do coração.

As pessoas vivem e, contudo, perdem a Vida. É preciso coragem para se ser realista, é preciso coragem para nos deixarmos mover pelo fluxo da vida seja para onde for que ele nos leve. As partes do processo não estão esquematizadas, não há definições, há que avançar para o desconhecido. A Vida só pode ser compreendida se se estiver preparado para avançar para o desconhecido. Se você se apega ao conhecido, apega-se à mente, e mente não é Vida. A Vida não é mental, intelectual, porque a Vida é plena, total. E a vossa totalidade tem de estar envolvida nela, não se pode simplesmente pensar, discorrer acerca dela. Pensar acerca da Vida, não é Vida. Tenham cuidado com esses “discorreres”. Muitas pessoas pensam sobre a Vida, o Amor, Deus, isto e aquilo. E falam sobre isso. Falar sobre a Vida é o mesmo que pensar sobre a Vida. Nem mais. Não se torne um professor de linguística, um papagaio; os papagaios são professores de linguística. Eles vivem em palavras, conceitos, teorias, teologias, e a Vida continua a passar-lhes ao lado.

Refletindo nisso, um desses líderes tornou-se temeroso da morte. Quando alguém tem medo de morrer, é certo que essa pessoa não encontrou a Vida.

Quando se encontra a Vida, não pode haver qualquer medo da Morte. Se uma pessoa viveu a Vida, estará preparada para viver também a Morte.

ηαмαىτε
मस्त



Ahhhh... Voodoo?? escute abaixo...

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Cuba e o bloqueio


ONU discute, mas EUA insite em manter bloqueio à Ilha.

Já falamos sobre isso aqui. è um assunto interessante saber como uma pequena ilha do Caribe assusta tanto a ponto de ser vítima do cruel embargo imposto pelo Tio Sam há décadas.

Duas notícias que li hoje destacam a continuidade da ação estadunidense, apesar dos clamores mundiais pelo restabelecimento pleno das relações comerciais, políticas, econômicas e diplomáticas. Leiam abaixo do ADITAL e do OUTRO LADO.

ONU debate bloqueio a Cuba, mas EUA devem continuar desprezando resultados
Natasha Pitts

Amanhã (28), a Assembleia Geral das Nações Unidas se reunirá pelo décimo oitavo ano consecutivo para considerar o projeto de resolução "Necessidade de colocar fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba". A reunião terá a participação do chanceler cubano Bruno Rodríguez.

Mesmo com sucessivas tentativas e com a disposição de Cuba para dialogar e normalizar as relações, segundo análise de Nildo Ouriques, professor do Instituto de Estudos Latino-americanos, com sede em Santa Catarina (região Sul do Brasil), a manutenção ou não do bloqueio é uma decisão que será tomada apenas pelos Estados Unidos.

"Como sempre o bloqueio norte-americano será repreendido e combatido pela ONU. O que provavelmente deve acontecer na reunião é que a ONU vai continuar mantendo as recomendações e os Estados Unidos vão continuar desprezando. O início do bloqueio foi uma decisão unilateral e o encerramento também será", esclarece.

Desde 1991, o embargo vem sendo condenado por uma quantidade cada vez maior de integrantes da Organização das Nações Unidas (ONU). Em 1992, 52 se puseram a favor de Cuba, já em 2008 este número subiu para 185. "O crescimento da quantidade de Estados que apoiam Cuba representa uma compreensão cada vez maior de que a suspensão do bloqueio ao país é importante para a descolonização da América Latina", afirma Nildo.

Em seu texto, o projeto de resolução que será discutido amanhã adverte que ainda continuam a promulgação e aplicação de novas normas que têm como objetivo reforçar e ampliar o bloqueio e demonstra preocupação sobre os efeitos negativos dessas disposições sobre a população cubana e também sobre os cubanos que residem em outros países.

O projeto reafirma também os princípios de igualdade soberana dos Estados, não intervenção e não ingerência em seus assuntos internos e liberdade de comércio e navegação internacionais. O documento relembra ainda as 17 resoluções aprovadas pela Assembléia Geral a cada ano, de 1992 até 2008, e as declarações e acordos de diferentes fóruns intergovernamentais, órgãos e governos em rejeição à promulgação e aplicação de medidas repressoras.

Hoje, as vésperas da reunião, diversos grupos estão organizando mobilizações de apoio a Cuba. No Teatro IFT, na cidade de Buenos Aires, Argentina, a população irá se reunir em torno da manifestação "Todos com Cuba - Não ao Bloqueio" para exigir do presidente americano Barack Obama que seja suspenso de imediato o bloqueio e também para que sejam libertados os cinco antiterroristas cubanos detidos nos Estados Unidos.

Mesmo com a manutenção do bloqueio, a ilha segue com avanços expressivos na educação e na saúde. Em 1958, o índice analfabetismo girava em torno de mais de 20% da população. Com a execução da Campanha Nacional de Alfabetização, em 1961, este número caiu para menos de 3,9%, índice inferior a qualquer outro país da América Latina. Esta redução teve como importante iniciativa o incremento da educação nas zonas rurais. Hoje, Cuba é exemplo para o mundo. Por meio do programa "Yo si Puedo", criado por especialistas cubanos, foi possível alfabetizar 3,2 milhões de pessoas em 28 países.

Também na área da saúde a ilha merece destaque. Com o desenvolvimento da "Operação Milagre", em julho de 2004, mais de um milhão de pessoas foram submetidas a cirurgias para recobrar a visão. Diversos profissionais de saúde de 51 clínicas oftalmológicas percorrem, além de Cuba, a Venezuela e diversos outros continentes para chegar à cifra de 1.197.200 pessoas beneficiadas em 32 países.

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Bloqueio impede beisebol cubano de receber US$ 1 milhão

Cuba não pode cobrar a parte que cabe ao país por sua participação no II Clássico Mundial de Beisebol, realizado nos Estados Unidos, devido ao bloqueio, afirmou Tomás Herrera, dirigente do Instituto de Deportes (INDER).

“Ainda não repassaram o dinheiro à equipe cubana por participar do evento”, explicou. Ele disse não saber o montante mas que, segundo as normas do evento, Cuba deveria cobrar 300.000 dólares por estar presente na primeira fase (50% para os jogadores e o restante para a Federação); outros 300.000 por liderar seu grupo, e 400.000 por competir na segunda fase, o que soma um milhão de dólares.

“No entanto, não foi dado o estímulo correspondente a nossos rapazes”, apesar de o torneio ter sido realizado em março, disse Herrera.

No primeiro Clássico de beisebol, cabia a Cuba 7% do lucro do campeonato por ter ficado em segundo lugar, mas ante a impossibilidade de cobrar, devido ao embargo, o governo de Havana decidiu doar o dinheiro para as vítimas do furacão Katrina nos Estados Unidos.

As medidas restritivas em vigor desde 1962 incidem, também, com força, sobre o desporte e seu desenvolvimento, com a impossibilidade de importar implementos, e a necessidade de recorrer a outros mercados como China, com o frete triplicando os custos.

A velocista aposentada Ana Fidelia Quirot, subcampeã olímpica e rainha mundial, disse que “entre 2002 e 2009, os Estados Unidos negaram vistos a 32 delegações cubanas e a 117 pessoas, entre treinadores, esportistas e pessoal técnico”.

Com agências

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Ficção, delírio ou cinismo...

Não deixe de ler...

"Na ficção que tenta vender à população, a governadora diz que apóia as investigações. Na vida real, sua base parlamentar trabalhou (e trabalha) para impedir qualquer investigação. Na vida real também, Yeda procura posar de vítima, apoiada por uma pesada operação publicitária que despeja milhões de reais nos meios de comunicação do Rio Grande do Sul. Operação esta, aliás, já questionada pelo Tribunal de Contas." do RS Urgente. Leia na íntegra clicando AQUI !

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Impeachment ainda virá...

Confira como votaram os deputados e deputadas sobre a abaertura das invesigações que poderiam levar (levariam!) ao Impeachment de YEDA! Cada um que se explique...



Nota do deputado Marcon afirma que "Impeachment de Yeda virá das urnas".

Tomara, companheiro! Tomara!

O deputado Marcon (PT) lamenta que a base do governo Yeda (PMDB,PSDB,PP,PTB,PPS) tenha rejeitado, por 30 votos a 17, o pedido de impeachment da governadora Yeda Crusius na Assembleia Legislativa, apresentado pelo Fórum dos Servidores. As bancadas do PT, PCdoB, PSB e DEM votaram pela continuidade do processo. E o PDT votou dividido: dos cinco integrantes presentes, dois votaram pelo arquivamento. Para Marcon, o verdadeiro impeachment da governadora e dos deputados que votaram pelo engavetamento do processo virá das urnas, no dia 03 de outubro de 2010.


A oposição apresentou voto em separado (espécie de relatório paralelo), defendendo a continuidade do processo. A justificativa é de que “por ação ou omissão em atos de corrupção e omissão diante da prática de diversos atos ilegais de seus subordinados, a governadora adotou uma conduta incompatível com a dignidade, honra e decoro do cargo, o que constitui crime de responsabilidade”.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Quem pagou a conta de FHC?

“QUEM PAGOU A CONTA?” Obra da pesquisadora inglesa Frances Stonor Saunders .(editada no Brasil pela Record, tradução de Vera Ribeiro)
Este livro foi lançado no Brasil em fins de 2007, início de 2008. Ganhou certa repercussão logo após seu lançamento, mas acho que menos do que deveria;afinal de ocntas, trata-se de FHC, o príncipe... recomendo a leitura!
Abaixo algumas sinopses e repercussões que estão pela rede...

Assunto: LIVRO BOMBA ACUSA FHC


Nunca engoli essa história de Fernando Henrique exilado. Não me passava pela cabeça que um filho de um graduado militar do exército (General) viesse a ser exilado. Exilado para o Chile, onde outra ditadura militar governava? Porque não teve o destino dos outros exilados, tal como: Cuba, União Soviética etc? Isto sempre me cheirou mal. Hoje tenho absoluta convicção que ele sempre esteve a serviço de interesses outros que não os do Brasil. Vou providenciar a compra imediata desse livro, com certeza.



É SEMPRE BOM LEMBRAR O QUE FEZ O FHC NA PRESIDÊNCIA!!! FHC enterrou o sonho de todo brasileiro da minha geração. O "maior estadista do mundo" foi apenas, e tão somente, leiloeiro do Brasil no pós guerra fria, o cara que entregou o controle de nossa economia ao Império Anglo-saxão. DEVEMOS LER ESTE LIVRO!!! OBRA DE UMA PESQUISADORA INGLESA Abaixo, informe do jornal Correio do Brasil sobre um livro recém editado por uma pesquisadora inglesa que abre algumas caixas pretas das ligações entre o alto tucanato e a CIA.
LIVRO BOMBA ACUSA FHC DE RECEBER MILHÕES DE DÓLARES DA CIA !


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Mal chegou às livrarias e Quem pagou a conta? A CIA na guerra fria da cultura já se transformou na gazua que os adversários dos tucanos e neoliberais de todos os matizes mais desejavam.

A obra da pesquisadora inglesa Frances Stonor Saunders (editada no Brasil pela Record, tradução de Vera Ribeiro), ao mesmo tempo em que pergunta, responde: Quem "pagava a conta" era a CIA, a mesma fonte que financiou os US$ 145 mil iniciais para a tentativa de dominação culturale ideológica do Brasil, assim como os milhões de dólares que os procederam, todos entregues pela Fundação Ford a Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do país no período de 1994 a 2002. O comentário sobre o livro consta na coluna do jornalista Sebastião Nery, na edição deste sábado do diário carioca Tribuna da Imprensa. "Não dá para resumir em uma coluna de jornal um livro que é um terremoto. São 550 páginas documentadas, minuciosa e magistralmente escritas: "Consistente e fascinante" (The Washington Post). "Um livro que é uma martelada, e que estabelece em definitivo a verdade sobre as atividades da CIA" (Spectator). "Uma história crucial sobre as energias comprometedoras e sobre a manipulação de toda uma era muito recente" (The Times).


DINHEIRO DA CIA PARA FHC "Numa noite de inverno do ano de 1969, nos escritórios da Fundação Ford, no Rio, Fernando Henrique teve uma conversa com Peter Bell, o representante da Fundação Ford no Brasil. Peter Bell se entusiasma e lhe oferece uma ajuda financeira de 145 mil dólares. Nasce o Cebrap". Esta história, assim aparentemente inocente, era a ponta de um iceberg. Está contada na página 154 do livro "Fernando Henrique Cardoso, o Brasil do possível", da jornalista francesa Brigitte Hersant Leoni (Editora Nova Fronteira, Rio, 1997, tradução de Dora Rocha). O "inverno do ano de 1969" era fevereiro de 69.


FUNDAÇÃO FORD Há menos de 60 dias, em 13 de dezembro, a ditadura havia lançado o AI-5 e jogado o País no máximo do terror do golpe de 64, desde o início financiado, comandado e sustentado pelos Estados Unidos. Centenas de novas cassações e suspensões de direitos políticos estavam sendo assinadas. As prisões, lotadas. Até Juscelino e Lacerda tinham sido presos. E Fernando Henrique recebia da poderosa e notória Fundação Ford uma primeira parcela de 145 mil dólares para fundar o Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento). O total do financiamento nunca foi revelado. Na Universidade de São Paulo, sabia-se e se dizia que o compromisso final dos americanos era de 800 mil a um milhão de dólares.


AGENTE DA CIA Os americanos não estavam jogando dinheiro pela janela. Fernando Henrique já tinha serviços prestados. Eles sabiam em quem estavam aplicando sua grana. Com o economista chileno Faletto, Fernando Henrique havia acabado de lançar o livro "Dependência e desenvolvimento na América Latina", em que os dois defendiam a tese de que países em desenvolvimento ou mais atrasados poderiam desenvolver-se mantendo-se dependentes de outros países mais ricos. Como os Estados Unidos. Montado na cobertura e no dinheiro dos gringos, Fernando Henrique logo se tornou uma "personalidade internacional" e passou a dar "aulas" e fazer "conferências" em universidades norte-americanas e européias. Era "um homem da Fundação Ford". E o que era a Fundação Ford? Uma agente da CIA, um dos braços da CIA, o serviço secreto dos EUA.


MILHÕES DE DÓLARES 1 - "A Fundação Farfield era uma fundação da CIA... As fundações autênticas, como a Ford, a Rockfeller, a Carnegie, eram consideradas o tipo melhor e mais plausível de disfarce para os financiamentos... permitiu que a CIA financiasse um leque aparentemente ilimitado de programas secretos de ação que afetavam grupos de jovens, sindicatos de trabalhadores, universidades, editoras e outras instituições privadas" (pág. 153). 2 - "O uso de fundações filantrópicas era a maneira mais conveniente de transferir grandes somas para projetos da CIA, sem alertar para sua origem. Em meados da década de 50, a intromissão no campo das fundações foi maciça..." (pág. 152). "A CIA e a Fundação Ford, entre outras agências, haviam montado e financiado um aparelho de intelectuais escolhidos por sua postura correta na guerra fria" (pág. 443). 3 - "A liberdade cultural não foi barata. A CIA bombeou dezenas de milhões de dólares... Ela funcionava, na verdade, como o ministério da Cultura dos Estados Unidos... com a organização sistemática de uma rede de grupos ou amigos, que trabalhavam de mãos dadas com a CIA, para proporcionar o financiamento de seus programas secretos" (pág. 147).


FHC FACINHO 4 - "Não conseguíamos gastar tudo. Lembro-me de ter encontrado o tesoureiro. Santo Deus, disse eu, como podemos gastar isso? Não havia limites, ninguém tinha que prestar contas. Era impressionante" (pág. 123). 5 - "Surgiu uma profusão de sucursais, não apenas na Europa (havia escritorios na Alemanha Ocidental, na Grã-Bretanha, na Suécia, na Dinamarca e na Islândia), mas também noutras regiões: no Japão, na Índia, na Argentina, no Chile, na Austrália, no Líbano, no México, no Peru, no Uruguai, na Colômbia, no Paquistão e no Brasil" (pág. 119). 6 - "A ajuda financeira teria de ser complementada por um programa concentrado de guerra cultural, numa das mais ambiciosas operações secretas da guerra fria: conquistar a intelectualidade ocidental para a proposta norte-americana" (pág. 45). Fernando Henrique foi facinho.
Aqui podes conferir trecho de entrevista com a autora.