sábado, 15 de janeiro de 2011

Havia uma reta oposta entre nós. 
Uma diagonal dilacerante nos afastava. 
Olhares cruzavam o velho salão e tentavam encurtar distâncias. 
Idiomas diferentes mas a esperança de entenderem-se facilmente sobre essas coisas da língua.
 E da pele. 
Afinal, o mundo tem tantas e maiores dificuldades. 
Uma noite inteira ainda no separava do próximo amanhecer. 
Outros caminhos; outras estradas.
Alguns segredos.
Mas uma noite em comum. 
Uma noite incomum.
Ainda havia um salão entre nós, mas a essa altura já confessamos, em silêncio, que apenas isso nos separava.

(dos Contos em Noites Estrangeiras - sem data para publicação)