quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Férias curtas... curtas as férias...

Bueno! Retornei já essa semana ao IEPF (acesse no orkut) após 10 dias de algum descanso. Entre lides patermas e algum contato com o povo freireano que ficou por lá, pude descansar um pouco sim.
Sem sair da fronteira, Luciane e eu pudemos caminhar pelas manhãs (já quentes antes mesmo das 8 horas!!!), após deixarmos a Poliana na "escolinha" ou aos fins de tarde. Deu tempo para fazer algumas visitas (não todas que devia, bem longe disso, mas algumas). Deu tempo de criar blog e começar a postar nesse mundão aqui! Alguma leitura sem compromisso nem horário, bastante internet pra conhecer melhor os blogs e as "blogueiragens" - um dia vou ficar bom! Pracinha e caminhada com a Poliana, muita correria e molecagem (puxa! como isso faz falta!)

Aconteceu também uma Oficina de Cinema que acabei perdendo de fazer; mas fui na Mostra um dia e pude trocar umas idéias com alguns camaradas que participaram da Oficina. Coisa muito legal pra nossa "atalaia da Pátria", tão carente de eventos culturais. Aliás esse projeto que rolou por iniciativa do Cibe Clube (vou trazer mais dados sobre ele) e contou com grana pública foi a ocupação e implementação de um programa que há alguns anos consta do orçamento municipal mas acaba não sendo empregado e depois vira suplementação pra sei-lá-oquê a prefeitura quizer. Com a ASU já tínhamos tentado fazer funcionar as "oficinas de Verão" que finalmente sairam do papel!

Ainda no campo da Sétima Arte, durante as férias aproveitei para assistir dois filmes: um deles eu tinha em casa há mais de um ano e nunca havia assitido. Assisti! É emocionante e provocador! Trata-se de Batismo de Sangue, de Helvécio Ratton, baseado no livro de mesmo nome escrito por Frei Beto. O assunto é a ditadura militar e a participação de freis dominicanos em ações de resistência à ditadura. Desse pano de fundo histórico emerge uma declaração de profundo amor ao país, à humanidade e à radicalidade dos escritos e ensinamentos evangélicos. Com belas interpretações, em especial de Caio Blatt no papel de Frei Tito, um mártir da democracia e dos direitos humanos no Brasil e no mundo (sugiro outrasleituras também !)


Prece para frei Tito
O que você pensou
quando pendurou finalmente
o laço da sua dor?
Perdoou os algozes,
redescobriu a vida
num último gesto de amor?

O que viveu em seus sonhos
em tantos momentos bizonhos,
em tantos medos gerados,
virtualizado o pavor?

Como seguir enjaulado
por um medo engessado
em um tempo amarrado
numa vida sem cor?

Reencontraste teu Deus,
revistes teus sonhos,
abdicaste do amor?
Laurenio (lausombra@hotmail.com)
Assistir ao "Batismo" é obrigatoriamente tomar partido, emocionar-se, orgulhar-se! Ao final do filme, olhares marejados, Luciane e eu nos olhamos e dissemos: "Ainda bem que nossa filha não vive NESSE Brasil", e acabamos descobrindo como que por encanto, que devemos muito a Tito. O silêncio que nos segiu foi do tamanho do compromisso que devemos ter com essa dívida!

O segundo filme era outra coisa boa que eu estava no aguardo para conferir: foi o "Blindness" - Ensaio sobre a cegueira tem sido muito comentado e está com boa repercussão, trazendo mais leitores para o Saramago e mais prestígio para Fernando Meirelles. É uma fábula, uma metáfora. Trata da cegueira humana, uma cegueira ficcional mas que pode muito bem ser uma composição com a cegueira do modo de vida, do pensamento único e das hegemonias modernas. Quando todos só veêm (ou deixam de ver) a mesma coisa, todos tem a mesma visão. Essa "igualdade", na estória, trouxe diferentes reações e nos leva a refletir - nas palavras de Saramago e pelas lentes de Meirelles - sobre nossos valores e até onde vão? E afinal, o que as pessoas fariam se não pudessem ser vistas?? Mas afora qualquer análise ou reflexão sobre o filme (não quero e nem consigo fazer isso, até porque eu queria destacar uma cena do filme mas aí acabaria contando o final e isso é tão chato!!!!), quero destacar a trilha sonora feita pelo grupo Uakti.
Quem pegar o DVD, após o filme procura nos extras a parte sobre o grupo e vê/ouve o filme com o som feito pelo grupo. Maravilhoso trabalho de extrair melodia de quase tudo!!!!!!!!! Poderia/deveria ser mais divulgado e conhecido, afinal o grupo já tem 30 anos de dedicação à pesquisa e produção de sons! E é brasileiro! Assistindo o filme não dá pra imaginar de onde vem cada som que "ilustra" as cenas. E ilustrar com sons, num filme que trata de cegueira(s), é mais uma grande - ainda que sutil - metáfora!
Quero concluir o roteiro desses dias de férias falando sobre comida!!!
Ao que pude me dedicar também foram as pizzas! E aqui quero confessar uma paixão: Pizza basca!

***Logo falo dessa Pizza, agora vou dar uma conferida no que rolou na abertura do FSM 2009!****