segunda-feira, 23 de março de 2009

É preciso mudar o Homem!

Lembro-me de diversas vezes presenciar a transformação de algumas rodas de conversa em debates derradeiros sobre os destinos da humanidade e do mundo; debates onde duelavam visões de mundo e concepções de sociedade diversas. Alguns em tom apocalíptico afirmavam que não havia saída: a humanidade se auto-flagela e estamos condenados a uma espiral de decadência avassaladora.

Eu como bom teimoso, adepto convicto da esperança, sempre tive receios com essas versões. Apesar do anunciado “Fim da História” nos anos 90, sempre achei que algo diferente espera por nós, “macacos nus”.

Certa feita, com colegas da faculdade de História e na pujança de uma mesa de bar, começaram de novo as conjecturas. Com aquele tom definitivamente provisório que só uma conversa entre bons amigos e a terceira rodada nos dá, defendíamos que a “salvação” só seria possível se houvesse uma mudança profunda na humanidade. Uma reforma (ou uma revolução) moral, que trouxesse à tona o que d e melhor e mais virtuoso existe na humanidade.

Daí em diante seria fácil cair para teorias místicas ou messiânicas. A tal mudança d e paradigmas morais, desejada nesses termos, poderia soar como um apelo religioso ou um incentivo a soluções intimistas, individuais.

Entretanto, sem perceber, estávamos construindo ou reforçando em nós a importância do ato de educar. Pouco a pouco iríamos perceber que essa mudança passa pela atividade que acabamos escolhendo: a docência. Que como deixa claro o enunciado freireano, não pode tudo sozinha, mas sem ela o mundo não muda também.

O tempo passou.
Alguém deve ter pago a conta e hoje não nos encontramos mais nos bares.
Estamos espalhados por este Rio Grande (Uruguaiana, Itaqui, Porto Alegre, Erechim, Frederico Westphalen...) todos professores, todos educadores procurando fazer a diferença.


Nostalgias à parte, isso me fez lembrar e entender a admiração que construí pela figura do Che. Che Guevara, o revolucionário; o guerrilheiro, mas também Che , o Humanista.

Mais do que ninguém, encarnou os valores do Homem Novo e da Mulher Nova como fins e meios da Revolução. Nesse sentido, deu exemplos de vida (e de morte) e personificou grandes e revolucionárias virtudes.

Paulo Freire vai revisitar esse conceito de Homem Novo. A tomada de consciência para Paulo representa a assunção da verdadeira humanidade, perdida e humilhada nos processos de dominação e exploração. Isso dá clara e forte intencionalidade a sua (nossa!) educação como prática de liberdade.

Pelo exposto, mas também por concordar que a história é feita por “homens [e mulheres] corpóreos, com os pés firmemente cravados no chão” (Karl Marx), quero repartir texto de Georges Bourdokan publicado na Caros Amigos nº 144, de março. Vale a pena!

























(CLIQUE NAS IMAGENS PARA LER)

Em lembrança àquela mesa lá do início, vamos fazer um brinde aos teimosos e teimosas que insistem em ter esperança!

Dia Mundial da Água (foi ontem!)

Dia Mundial da Água II

O 22 de março foi definido pela ONU como Dia Mundial da Água desde 1993. De lá pra cá os debates sobre a sustentabilidade do planeta têm aumentado, apesar de ainda produzirem resultados menores que o necessário.

Como informação para refletir que tal conhecer a DECLARAÇÂO UNIVERSAL DOS DIREITOS DA ÁGUA?

Declaração Universal dos Direitos da Água

Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta.Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.

Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta.Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.

Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.

Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.

Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.

Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.

Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.

Art. 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.

Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.

Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.

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Aqui no Instituto Estadual Paulo Freire algumas atividades coordenadas pela Educadora Giselda Mott marcaram as reflexões sobre a água nos últimos dias. Após os debates em sala e a construção de algum material (textos e cartazes), as turmas socializaram no Salão da escola e nos saguões um pouco dessas discussões.


Um pouco dessas atividades pode ser vista no perfil do orkut do IEPF! Passa lá!
Veja mais fotos!





Pois então, fechando o verão, que tal as “Águas de Março”?