segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A chegada

03.11.2010
Chego no meio da noite. A terra é fria, mas dizem que é santa. Carona só as 7h30min. Sobra tempo; falta é lugar.
Vou pro bar da rodoviária; aqui eufemisticamente chamado de "local de encontro". Não é eufemismo: é sério! Encontro conterrânea vindo fazer registro no Conselho de Veterinária. Papo vai, papo vem, já é 5h.
Da sacola pula um Hans Staden que peguei apressado antes de sair de casa ontem. Já havia lido. Era o que estava à mão. De qualquer maneira, só a introdução do Peninha já é um ótimo tiragosto. Assim como escapou dos selvagens, Hans Stadem me escapa [da atenção]. Prefiro devorar um pastel de calabresa e queijo e uma xícara de café. Iguaria! Comparável aos pastéis chineses da rodoviária de um outro porto, quase na mesma latitude.

Volto à conversa. Planos. Dúvidas. Recomeços.
Empresto um livro e a conversa emudece. Segue silenciosa. Cada um em suas páginas.

Penso que é muita sorte ganhar uma nova chance aos 31! Acho que não é para muitos! Apesar d e que sempre há tempo...
Penso no Hans - a esta altura estamos íntimos de novo!
Assim como Hans, me considero um cara que sabe muito de algumas coisas; mas nada de muitas outras! 
E, se ele conseguiu escapar da voracidade tupiniquim; de que apetites fujo eu?

O que Ubatuba foi para Hans Staden, espero que esta terra seja para mim: um lugar para renascer sem ter morrido!

A manhã chegou... Uma manhã diferente! Lembro da batida frase "o primeiro dia do resto da minha vida". Hoje será um desses! CERTEZA!