sábado, 20 de junho de 2009

Os planos de Mariza

Bem que essa postagem poderia se chamar "Eu acho que ela tá tirando onda da nossa cara!" !



Afinal, além do vazio moral e ético, a cada dia se escancara também o vazio legal e pedagógico que esse governo (YEDA & TUCANALHAS) tem para mexer na Carreira do Serviço Público.



Não é possível imaginar que a categoria não se rebele contra esse ultraje! Essa rebeldia precisa se subsidiar coletivamente para denunciar as contradições das atuais "propostas" de Mariza para a categoria!


terça-feira, 16 de junho de 2009

Socialismo, contradições e perspectivas

FREI BETTO dispensa apresentações. O senhor de barba ao seu lado também.

Aqui trago mais um de seus textos, daqueles que alimentam a alma e acalentam as esperanças de quem insiste em achar que a História não acabou... Ele fala por si. Boa leitura ( e partilha) !


"O socialismo é estruturalmente mais justo que o capitalismo. Porém, em suas experiências reais não soube equacionar a questão da liberdade individual e corporativa. Cercado por nações e pressões capitalistas, o socialismo soviético cometeu o erro de abandonar o projeto originário de democracia proletária, baseado nos sovietes, para perpetuar a maldita herança da estrutura imperial czarista da Rússia, agora eufemisticamente denominada "centralismo democrático".

Em países como a China é negada à nação a liberdade concedida ao capital. Ali o socialismo assumiu o caráter esdrúxulo de "capitalismo de Estado", com todos os agravantes, como desigualdade social e bolsões de miséria e pobreza, superexploração do trabalho etc.

Não surpreende, pois, que o socialismo real tenha ruído na União Soviética, após 70 anos de vigência. O excessivo controle estatal criou situações paradoxais, como o pioneirismo dos russos na conquista do espaço. No entanto, não conseguiram oferecer à população bens de consumo elementares de qualidade, mercado varejista eficiente e uma pedagogia de formação dos propalados "homem e mulher novos".

O socialismo caiu no engodo do capitalismo ao projetar o futuro da sociedade em termos de produção, distribuição e consumo. O objetivo dos dois sistemas se igualou, mudando apenas os meios: o primeiro, por força do estatismo; o segundo, a apropriação privada dos bens e do lucro.
O socialismo só se justifica, como sistema e proposta, na medida em que tem por objetivo, não o bom funcionamento da economia, e sim das relações humanas: a solidariedade, a cooperação, o respeito à dignidade do outro, o fim de discriminações e preconceitos, enfim, a prevalência dos bens infinitos sobre os bens finitos.

Nesse cenário, Cuba é uma exceção e um sinal de esperança. Trata-se de uma quádrupla ilha: geográfica, política (é o único país socialista da história do Ocidente), econômica (devido ao bloqueio imposto criminalmente pelo governo dos EUA) e órfã (com o fim da Guerra Fria e a queda do Muro de Berlim, em 1989, perdeu o apoio da extinta União Soviética).

O regime cubano é destaque no que concerne à justiça social. Prova disso é o fato de ocupar o 51º lugar no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) estabelecido pela ONU (o Brasil é o 70º) e não apresentar bolsões de miséria (embora haja pobreza) nem abrigar uma casta de ricos e privilegiados. Se há quem se lance no mar na esperança de uma vida melhor nos EUA, isso se deve às exigências, nada atrativas, de se viver num sistema de partilha. Viver em Cuba é como habitar um mosteiro: a comunidade tem precedência sobre a individualidade. E se exige considerável altruísmo.

Quanto à liberdade individual, jamais foi negada aos cidadãos, exceto quando representou ameaça à segurança da Revolução ou significou empreendimentos econômicos sem o devido controle estatal. É inegável que o regime cubano teve, ao longo de cinco décadas (a Revolução completou 50 anos, em 1º de janeiro deste ano), suas fases de sectarismo, tributárias de sua aproximação com a União Soviética.

Porém, jamais as denominações religiosas foram proibidas, os templos fechados, os sacerdotes e pastores perseguidos por razões de fé. A visita do papa João Paulo II à Ilha, em 1998, e sua apreciação positiva sobre as conquistas da Revolução, mormente nas áreas de saúde e educação, o comprovam.

No entanto, o sistema cubano dá sinais de que poderá equacionar melhor a questão de socialismo e liberdade através de mecanismos mais democráticos de participação popular no governo, de interação entre Estado e organizações de massa, maior rotatividade no poder, para que as críticas ao regime possam chegar às instâncias superiores sem serem confundidas com manifestações contrarrevolucionárias.

Sobretudo na área econômica, Cuba terá de repensar seu modelo, facilitando à população acesso à produção e consumo de bens que englobam desde o pão da padaria da esquina às parcerias de empresas de economia mista com investimentos estrangeiros.

No socialismo não se trata de falar em "liberdade de" e sim em "liberdade para", de modo que esse direito inalienável do ser humano não ceda aos vícios capitalistas que permitem que a liberdade de um se amplie em detrimento da liberdade de outros. O princípio "a cada um, segundo suas necessidades; de cada um, segundo suas possibilidades" deve nortear a construção de um futuro socialista em que o projeto comunitário seja, de fato, a condição de realização e felicidade pessoal e familiar."

Frei Bet0 é escritor e assessor de movimentos sociais. este texto foi publicado no Portal ADITAL (clique e vá até lá)

Clica na imagem e conheça o blog ZURDO-ZURDO (de onde encontrei essa bela foto)

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Os motivos de Mariza!

A Secretaria de Educação do RS está fazendo um movimento de apresentação de "propostas" para mudanças no Plano de Carreira dos Servidores Públicos. Isso já faz algum tempo que repercute na mídia.
Lembro bem que, no ano passado, como candidato à direção do 21º núcleo, falava muito sobre isso. A própria ZH havia feito uma matéria no início de 2008 onde aparecia o seguinte enunciado: "Governo elege Magistério como inimigo número 1 !".

O que esperar de um governo que deixa para a sociedade essa idéia de conflito permanente e inconciliável com o funcionalismo?

Na verdade essa e outras tantas declarações e entrelinhas do (des)governo TUCANO apenas escancaram o que alguns insistem em não querer ver: o caráter ideológico do desmonte do Estado, o déficit zero através do Estado Mínimo, o descaso com as políticas sociais e o aparelhamento do Piratini a serviço de empresários e financiadores da direita (vide a questão do "socorro" à fumageira multinacional e a assimetria com os colonos atingidos pelo mesmo problema).

Agora estão fazendo sessões de vídeos com cerca de duas horas e meia de um longa metragem estrelado por Mariza Abreu (secretária de Educação) e a turma da Agenda 2020!

Tentam forjar um espaço de debate quando na verdade o jogo de cartas marcadas está pronto! O Projeto é do arrocho; da retirada de direitos - chamados oficialmente de "penduricalhos" - ; da insegurança previdenciária; de uma falsa valorização dos que recebem menos para achatar os salários da categoria com um todo.

Questionadas sobre a participação das escolas e da sociedade - tão alardeada mas pouco concreta - apenas recebemos, das colegas da CRE, referências de que algumas escolas serão "escolhidas" (sic) para uma amostragem; - provavelmente dentro dos padrões científicos de Stanford!

Afirmaram que as direções de escola já haviam visto aquela proposta e fizeram alterações. Isso na tentativa de passar a idéia de que o debate até agora contou com o consentimento das direções de escolas. Mas alto lá! Eu estou nesta função; sou diretor de escola! Estive na reunião regional de APRESENTAÇÃO das tais propostas e elas estão RIGOROSAMENTE IGUAIS ao que nos foi apresentado! Além de que, ao final da reunião com as direções, passou um questionário que pouco levava à intervenção de qualquer elemento do "plano" proposto! Então não dá para engolir essa idéia de aprovação pela categoria!
Tentam segmentar, dividir para fazer um jogo de empurra!

Dá raiva!
Entre tantas coisas que me escapam nessa rápida desabafada, lembro da Mariza usando trechos bem selecionados (para ela!) de textos legais, como a Resolução do CNE que fala sobre as diretrizes para os Planos de Carreira, dando referências do movimento sindical para buscar uma falsa legitimidade com a categoria. Dizia: "essa relatora era representante da CNTE; essa opinião é da presidente da APEOSP", tentando encontrar apoio para algumas atrocidades!

O mais cômico foi a citação à lei do Piso Salarial Profissional Nacional (Lei 11.738/08) , feita com a apresentação de um artigo, lido rapidamente até bater numa vírgula e retirado da tela mais rapidamente! O artigo falava da necessidade de readequação/criação dos Planos de Carreira até dezembro de 2009, indicada pelo Governo Federal . Isso basta para explicar a pressa com que querem fazer essa mexida toda, não é?
Mas a sequência do texto restringia essa adequação com prazo determinado apenas aquilo que é necessário para a implementação do PSPN, ou seja, a todas as outras questões não há a imposiçaõ dessa celeridade e desse atropelo.

Mas sabemos que há um outro motivo acelerando o passo da TUCANADA nessa história. Reproduzo trecho da Sineta de junho que considero esclarecedor sobre os motivos de Mariza:
"De acordo com o contrato {do Banco Mundial com o Governo YEDA} a segunda parcela do empréstimo, no valor de U$ 450 milhões, será liberada até 31 de janeiro de 2010 com o compromisso do "ajuste fiscal". Tal ajuste consiste, entre outras coisas, em :
2. Redução da folha de pagamento, com comprometimento da receita corrente líquida na casa de 66% em 2008, e de 65% em 2009;
4. Criação de fundos complementares de previdência e reforma no sistema de aposentadoria dos servidores;
6. Política de recursos humanos através de mudanças nas carreiras dos servidores.
No contrato, todas as cláusulas de compromisso do Estado estão submetidas ao “juízo satisfatório do Banco Mundial”. Não deixa de ser interessante constatar que o monitoramento que o Banco Mundial fará as ações do programa de ajuste é chamado de “troca de opiniões”, o que é uma ironia diante do poder de intervenção na gestão do Estado que o Banco recebeu como contrapartida do financiamento.
Isso demonstra que as propostas do governo de mudanças nos planos de carreira, as tentativas de mudar o regime de previdência dos servidores e a ausência de reajustes salariais – tudo destinado a conter gastos com pessoal - são produtos de uma concepção política e ideológica. O acordo do governo Yeda com o Banco Mundial é regido pela lógica do estado mínimo, que se caracteriza pela redução na prestação de serviços públicos, na perseguição e no controle, enfim, na falta de democracia."
E então?

terça-feira, 9 de junho de 2009

Desde o dia 02 de junho está no ar o Blog da Petrobrás FATOS E DADOS. Fui levado até lá através de comentários de uma nota da ANJ (Associação Nacional de Jornalistas), onde criticavam a iniciativa da empresa por ser uma (sic) "canhestra tentativa de intimidar jornais e jornalistas". Estranho, não?!?!



Pois a iniciativa de um blog sempre é o diálogo, a difusão de idéias, informações ... e alguém representando o jornalismo afirma que o blog (que está no ar, para todo mundo que puder acessar,) é algo contrário à ação jornalística?


Pois o blog fala por si só, informa muito bem e desmascara a imprensa golpista que ficou furiosa mesmo é pela dificuldade que terá em esconder e manipular informações , fato tão corriqueiro quanto eficiente no nosso Brasil ainda hoje! E se os donso da imprensa gorda ficaram furiosos é porque realmente algo bom tem por lá!


O Blog já é fenômeno na rede, com cerca de 160mil IP's em 8 dias! (agora mesmo, em cerca de meia-hora , aproxiamdamente 2 mil novos acessos foram registrados!)

Leia mais sobre o Blog e a polêmica com a ANJ:

Júlio Garcia - PIG vai à loucura

Vi o mundo (LCA) - Como Júlio César Mesquita mente

Dialógico - Carta Aberta

Sinais de fumaça...

Que a coisa tá pegando fogo o CPERS já avisou faz tempo! Mas agora o Governo Yeda quer mesmo é fazer fumaça... Quem nos faz o recorte da informação é o professor Aládio Kotowski, diretor de núcleo do CPERS. Dá uma conferida !

Yeda dá R$ 150 milhões de incentivo à multinacional fumageira (E para os colonos, só R$ 20mi?)

O economista Clóvis Panzarini, coordenador tributário da Secretaria da Fazenda de São Paulo por oito anos, nos governos de Mário Covas e Geraldo Alckmin, afirma que o incentivo de R$ 150 milhões para um negócio de 250 empregos não é um bom negócio para as finanças públicas. "Cada emprego custou R$ 600 mil. Com esse dinheiro, você poderia pagar R$ 1.300 por mês para um professor por 35 anos. E ele daria aula, 'não fabricaria cigarro'", declara.

O também economista Roberto Iglesias, um dos poucos no Brasil que estuda a indústria do cigarro, com trabalhos publicados pelo Banco Mundial, critica a atitude do governo gaúcho. "É vergonhoso dar R$ 150 milhões para uma empreendimento que gera 250 empregos. Qualquer que seja o ponto de vista que se olhe, isso não faz sentido", diz.

O incentivo à indústria do cigarro 'contraria recomendações da Organização Mundial da Saúde' e da Convenção Quadro, o primeiro tratado internacional na área da saúde, de acordo com Tânia Cavalcanti, que coordena a área de controle de tabagismo do Instituto Nacional de Câncer. Um estudo do Banco Mundial mostra que a política de incentivos é ilusória.

O governo arrecada mais impostos a curto prazo, mas no longo prazo as mais de 50 doenças causadas pelo tabaco custam mais do que o valor arrecadado. Segundo o estudo, para cada dólar arrecadado, o governo gasta US$ 1,5 com o tratamento de doenças.(DG)