quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Ainda sobre a GREVE...

Em 2008 as escolas estaduais do RS realizaram uma importante greve em defesa da escola pública, do plano de carreira e da gestão democrática. A ofensiva tucana sobre nosso estado tem sido tão dura que, cada vez mais, nossos movimentos têm sido reativos, apenas respondendo aos ataques e "segurando o rojão". A categoria sentiu os golpes da governadora; alguns reagiram como o governo esperava e queria; voltaram pras suas atividades,quietinhos... Outros/outras puxaram forças e enfrentaram a luta, numa demonstração de que ainda existe capacidade de indignação e resistência para superar a truculência de Yeda e sua intrépida trupe.

Mas o bicho é tão teimoso que não bastou o fim da greve. Contrariando as estatísitcas, numa citação do ManoBrown meio às avessas, o governo do PSDB no RS resolveu entrar pra história pelo corte de ponto - leia-se SALÀRIO - e pela perseguição à organização sindical (entre muitas outras marcas negativas!).

Ao final de duas semanas de greve, em novembro de 2008, os contracheques começaram a chegar confirmando os avisos (ameaças!) da Yedinha e sua cupincha, Mariza. Salários de R$ 5,00, R$ 9,00, R$ 14,00, R$ 18,00 ... Facilitando ainda mais para o tal Déficit Zero - uma espécie de Bicho Papão que deveria se chamar "Investimento ZERO", "Serviços Públicos ZERO" ou "Valorização do Servidor ZERO", porquê déficits esse governo têm acumulado aos montes com o povo gaúcho!

O problema, além do desrespeito à história de lutas da categoria e a algumas interpretações correntes da legislação sindical (que só surpreemdeu os desavisados demais ou aqueles que querem se fazer de bobo mesmo) foi que a aplicaçãodo tal "Decreto de 28/10/08" foi revestido de uma teimosia cruel e imbecil (quase digo teimosia infantil, mas a infância é tão bonita que não merece estar perto desse tipo de coisa).
A sanha, a vontade mesquinha de punir por punir; de descontar dias de serviço que seriam - como já foram - cumpridos na reposição das aulas; criou casos ecausos dos mais diversos. Teve gente que não fez greve e até hoje nãorecebeu direito, todo mês tentam arrumar salário mas descontam algo errado. Teve gente que fez a greve e nunca foi descontado um centavo. É cada enrosco que só serviu para mostrar a falta de habilidade de Yeda-Mariza em lidar com a categoria, sendo incompetentes para negociar e incompetentes para aplicar o corte de salários!

Ao final de tudo isso, o pessoal perguntava nas escolas, como teríamos de volta nosso quinhão expropriado? Sempre apontei, a partir do que via na ação do sindicato e nas relações entre os "poderes" em jogo, que haviam três caminhos:

1º) A negociação com Governo
Ou seja: esqueça!
A tentativa de diálogo com Yeda é praticamente impossível. Com seu governo não há possibilidade de diálogo nem de divergência, mesmo assim o CPERS protocolou diversos pedidos para conversar com a Governadora e negociar. Nos últimos dias da Greve protocolou mais um. Esperávamos pelo menos ser atendidos,. mas nunca criamos expectativas de que,conversando, seria derrubado o Decreto e o arbítrio de Yeda-Mariza.

2º)A via judiciária
Muito já ouvi que a justiça tarda mas não falha (ou é a cavalaria que sempre chega atrasada?). Mas também...com aquela venda nos olhos ela nem sabe pra que lado está indo!!!
O processo foi encaminhado; a liminar foi negada. E a discussão vai se estender por algum tempo. Então, por esse caminho é só esperaaaaaaaaaaaaarrrrrrrrr....

3º) Decreto legislativo
Quando um ato do executivo é considerado abusivo, ele pode ser revogado por Decreto Legislativo. Esse é oc aminho que apontávamos como o mais rápido.
A Assembléia Legislativa, a partir das bancadas do PT, PCdoB, PSB e PDT encaminhou e aprovou um decreto abonando os dias de greve. O Decreto foi aprovado com mais de 40 votos e nenhum voto contrário. Algumas ausências estratégicas, mas ninguém votou contra!
O problema é que agora, com o Veto da Governadora ao Decreto Legislativo, a Assembléia tem que derrubar esse veto e aí já tem uns roendo a corda!!! Veja a nota do CPERS e ajude a pressionar essa "turma":

Ponto da greve: pressão para derrubar veto de Yeda deve ser mantida


No final do ano passado conseguimos uma importante vitória ao garantirmos a aprovação do projeto que anistiava os dias de greve. A governadora, no entanto, vetou a proposta aprovada pelo Legislativo. O veto, segundo informou o jornal Zero Hora, em sua edição de 5 de fevereiro, deve ser analisado pela Assembléia no início de março.
Precisamos manter a pressão para garantir a derrubada do veto. Para isso é fundamental que todos os trabalhadores em educação encaminhem e-mails para os parlamentares cobrando a derrubada do veto.
Levantamento feito por Zero Hora aponta que, dos 36 deputados governistas, 14 estão indecisos e 11 se manifestaram favorá! ;veis ao veto. O jornal não conseguiu localizar os deputados Luis Augusto Lara, do PTB (deputado.lara@al.rs.gov.br) e Mano Changes, do PP (mano.changes@al.rs.gov.br). Veja quadro abaixo:
Favoráveis(ao veto da Yeda,ou seja; permitem o corte de salário)
Alceu Moreira (PMDB) - alceu.moreira@al.rs.gov.br
Marco Peixoto (PP) - marco.peixoto@al.r! s.gov.br < br />Pedro Westphalen (PP) - pedro.westphalen@al.rs.gov.br
Berfran Rosado (PPS) - berfran.rosado@al.rs.gov.br
Paulo Odone (PPS) - paulo.odone@al.rs.gov.br
Adilson Troca (PSDB) - adilson.troca@al.rs.gov.br
Coffy Rodrigues (PSDB) - coffy.rodrigues@al.rs.gov.br
Nelson Marchezan Jr (PSDB) nelson.marchezan@al.rs.gov.br
Paulo Brum (PSDB) - paulo.brum@al.rs.gov.br
Pedro Pereira (PSDB) - pedro.pereira@al.rs.gov.br
Zilá Breitenbach (PSDB) - zila.breitenbach@al.rs.gov.br
Contrários
Marquinho Lang (DEM) - marquinho.lang@al.rs.gov.br
Paulo Borges (DEM) - paulo.borges@al.rs.gov.br
Alberto Oliveira (PMDB) - alberto.oliveira@al.rs.gov.br
Alexandre Postal (PMDB) - alexandre.postal@al.rs.gov.br
Álvaro Boessio (PMDB) - alvaro.bo! essio@al.rs.gov.br
Gilberto Capoani (PMDB) - gilberto.capoani@al.rs.gov.br
Nélson Härter (PMDB) - nelson.harter@al.rs.gov.br
Cássia Carpes (PTB) - cassia.carpes@al.rs.gov.br
Silvana Covatti (PP) - Silvana.covatti@al.rs.gov.br
Indefinidos
José Sperotto (DEM) - jose.sperotto@al.rs.gov.br
Edson Brum (PMDB) - edson.brum@al.rs.gov.br
Fernando Záchia (PMDB) - fernando.zachia@al.rs.gov.br
Sandro Boka (PMDB) - sandro.boka@al.rs.gov.br
Adolfo Brito (PP) - adolfo.brito@al.rs.gov.br
Francisco Appio (PP) - francisco.appio@al.rs.gov.br
Frederico Antunes (PP) - frederico.antunes@al.rs.gov.br
Jerônimo Goergen (PP) - jerônimo.goergen@al.rs.gov.br
João Fischer (PP) - joao.fischer@al.rs.gob.vr
Carlos Gomes (PPS) - carlos.gomes@al.rs.gov.br
Luciano Azevedo (PPS) - luciano.azevedo@al.rs.gov.br
Abílio dos Santos (PTB) - abilio.santos@al.rs.gov.br
Aloísio Classmann (PTB) - aloisio.classmann@al.rs.gov.br
Iradir Pietroski (PTB) - iradir.pietroski@al.rs.gob.br

João dos Santos e Silva, assessor de imprensa do CPERS/Sindicato


Esse apenas das bancadas do governo Yeda. PT, PCdo B, PSB e PDT seguem firmes na defesa do Decreto.
A luta continua!