sábado, 12 de setembro de 2009

O "Big Stick"

A doutrina de domínio imperialista estadunidense continua atual e atuante. Mais de 180 anos após o enunciado do Presidente Monroe, os USA continuam tratando o "resto" do continente como quintal; contando com a colaboração de alguns governos e com o silêncio de outros; continuam crescendo o olho a "metendo a mão na cara dura".

A "América para os americanos", continua sendo a retórica para justificar a influência e dominação política, econômica e militar. E pensando bem, mesmo em tempos pós-bushianos, isso não mudou nada. Não só na América, no mundo todo: Afeganistão ocupado, Iraque, bases na Colômbia, Guantánamo... e por aí vai...

No portal ADITAL, encontramos uma bela entrevista sobre a questão. Das justificativas e subeter fúguios que io Sam ainda usa para "tacar" o grande porrete na gente. O portal conversou com o coronel-aviador da Força Aérea Brasileira, Sued Castro Lima, que, entre outras coisas, desnuda a falácia do combate ao narcotráfico internacional como justificativa para o militarismo yankee : "a maior parte das drogas consumidas nos EUA é produzida no próprio país" e o intento real é o desmantelamento de movimentos populares ou organizações sociais e olíticas não alinhadas.

Adital - O senhor desconfia da justificativa dos EUA, que explicam a implantação das bases militares como mecanismo de combate ao narcotráfico na região. De que modo essas bases podem ameaçar a soberania dos países latino-americanos?

Sued Castro Lima - O argumento de fachada de combate ao narcotráfico há muito se perdeu. Desde que foi iniciado, no ano de 2000, o Plano Colômbia tem redundado em enorme fracasso. A produção de cocaína vem aumentando, exatamente porque aumentou o mercado, concentrado em sua maior parte no EUA. Segundo o Washington Office for Latin America, órgão do governo dos EUA, o preço da cocaína no país caiu 36% nos últimos anos. A queda do preço é mais resultado do incremento da oferta do que de uma redução da demanda. Os EUA continuam sendo os maiores consumidores de cocaína do mundo, com 2,5% da população viciada na droga, algo em torno de 7 milhões de pessoas.

Da produção sul-americana que segue para os EUA, apenas 10% do lucro fica nos países produtores, enquanto 90% vão para as mãos das máfias que operam dentro dos EUA. São dados que indicam que o território onde deveria se travar o principal combate contra o narcotráfico é o próprio território norte-americano e não a selva amazônica.

Ainda sobre o tema droga, a Folha de São Paulo publicou (23/08/2009) uma informação surpreendente: durante a era Taleban (1996-2001), a produção de ópio foi totalmente desmontada no Afeganistão. O líder do grupo, mulá Mohammad Omar, considerava a droga "anti-islâmica", e ameaçava executar quem cultivasse a papoula. Atualmente, com a presença de tropas estrangeiras no país, a região é responsável pela produção de 70% do ópio no mundo.

Afinal, o que sobra evidente é que o combate ao narcotráfico na América Latina é apenas o que se chama em contra-informação de história-cobertura. Em 1986, Reagan incorporou à Doutrina de Segurança Nacional a National Security Decision Directive (NSDD), segundo a qual camponeses cultivadores de coca, militantes de esquerda, guerrilheiros marxistas, governos populares nacionais e grandes traficantes fariam parte de um estranho complô destinado a destruir a integridade e o poderio político dos EUA. O tráfico funciona, assim, como pretexto para justificar ações militares destinadas a promover o esmagamento dos movimentos populares ou revolucionários que surgem na América Latina e intimidar ou neutralizar iniciativas regionais autônomas nos campos econômicos e de defesa, como é o caso da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL).

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