Antes de sair de Sta Maria meu chefe alertou "Bom feriado! E não se esqueçam que ESSA República só existe por causa nossa!". Entendi o recado!
Realmente ESSA nossa República de hoje não é mais a mesma! Não é mais uma República das Bananas; nem da Espada; já foi República Velha, Nova, Populista... Isto é o que nos diziam.
Lembrei do centenário de nossa República inacabada. 1989. "O ano em que quase lavamos a alma", nos dizeres de Ricardo Kotscho. Centenário da República incompleta, ainda hoje em construção...
"Sem medo de ser feliz". Esta conhecida frase, embalou muitos sonhos em 1989; foi o mote da campanha presidencial e depois título de um livro testemunho, lançado em abril de 1990.
Organizado por André Singer, o livro traz textos, depoimentos, uma bela entrevista com Lula e muitas fotos. Muitas mesmo!
Trechos emocionantes revelam detalhes da campanha de 89, quando o Brasil quase elegeu um operário, ainda de barba preta, presidente da República.
Alguns registros quase proféticos registravam e anteviam o fenômeno Lula: "Que fato político maior pode existir do que as multidões que Lula mobilizava por onde passava, mais do que qualquer outro candidato na história das eleições presidenciais?"
O "nunca-antes-na-história-deste-país" já fazia parte da trajetória de Lula!
Este livro foi presente da minha amiga Suely; inclusive com uma foto "extra", de um comício em POA. Um grande comício em frente à Prefeitura. é possível identificar Olívio; Raul e, talvez o Tarso, no palanque, entre a multidão e o mar de bandeiras.
"Porque não se trata apenas de mudar de presidente". A frase na faixa de 89 caberia perfeitamente em 2010. E não falo apenas pela definição de um modelo de país, de Nação, de sociedade em detrimento de outro.
Eleger Dilma, a primeira mulher presidente da história é um sinal dos tempos. No 121º ano da República que, no seu começo, nem o voto permitia às mulheres; que relutou contra o divórcio e a afirmação do protagonismo feminino em todos os campos da sociedade, eleger Dilma é um marco.
Quando Lula, em 1º de janeiro de 2011, estiver passando a faixa para Dilma; um presidente eleito passando para outro(a) também escolhido pelo voto da sociedade, estaremos vivenciando algo raro: desde 1961, quando JK passou a faixa para Jânio Quadros, isto só aconteceu em 2003, quando FHC passou a faixa para Lula. Ou seja, em 50 anos, será apenas a 3ª vez!
Isto por si só é um sinal da consolidação necessária de nossas instituições republicanas!
Mas além disso: mais do que raro; o que veremos em 1º de janeiro próximo, será inédito:
um operário, já de barba grisalha, passará a faixa para uma mulher.
Isto sim é alternância de poder!
Isto sim "nunca-antes-na-história-desse-país" havia acontecido!
Construiremos mais um pouco desta nossa República com Dilma!
Um comentário:
Muito legal teu texto!
Ao ver a foto: uma saudade-nostalgia! mas logo superada pela alegria... Como disseste "Construiremos mais um pouco desta nossa República com Dilma!"
Sorte em Santa Maria!
Beijos!
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