Peter Parker é o típico jovem estudante, preocupado com o futuro profissional e com a grana do fim do mês para pagar o maldito aluguel; sem namorada, sem carro, vivendo no subúrbio, equilibra os dilemas do dia-a-dia com o compromisso de usar o poder que tem em defesa da cidade e das pessoas, sem poder nem ao menos aproveitar de nenhum reconhecimento ou vantagem. A identificação com o aracnídeo é imensa! Já são mais de quatro décadas que gerações se encantam com os poderes e as angústias do Homem Aranha! O perfil transgressor da concepção do Aranha (criado por Stan Lee) reside no fato de que um fracote, nerds, desajustado, fora dos grupos "populares" da escola, praticamente um despossuído na sociedade de consumo norte-americana, carente, órfão, criado pelos tios, com problemas de convivência, achacado pelo mau-humor diário do chefe na redação do Clarim, sempre com aluguel atrasado, com trabalho por entregar e, de dentro de todas essas fraquezas e limites tão humanos que poderia ser de qualquer um de nós, surge a virtude! Logicamente, não sem viver um conflito existencial que permite emergir a nobreza do verdadeiro herói. No paradoxo da fragilidade humana e da disposição firme de fazer o bem, o Aranha é o herói da minha infância e, de certa forma, uma referência. Para mim há uma série de mensagens bastante especiais nas suas histórias. Em especial me agrada e me provoca o enunciado do Tio Ben "Um grande poder traz uma grande responsabilidade"; ao que acresecentaria que "qualquer" poder traz responsabilidade. Mas agora, que tal uma canção?
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