O Trabalho à beira do Abismo - Uma crítica Marxista à Tese do Fim da Centralidade do Trabalho de Sérgio Prieb, publicado pela Editora UNIJUÍ, em 2005.
Neste trabalho o professor Sérgio Prieb analisa alguns teóricos do Marxismo (ou que pelo menos em algum momento se filiaram a essa corrente de pensamento), verificando algumas teses que se desenvolveram ao longo do século XX sobre as mudanças ocorridas na sociedade e, em especial, no proletariado. As teses de Adam Schaff e André Gorz são apresentadas e questionadas no sentido em que levam à retirada do papel histórico da classe trabalhadora. Apresentam-se enquanto revisões moderadas da teoria da luta de classes, que para os autores estava findando ou já era categoria inexistente na sociedade.
Visto isso, resta saber qual o destino da classe trabalhadora e do próprio trabalho. O "tempo livre" oferecido (sic) pelo Capitalismo e pela automoção do trabalho liberou os trabalhadores para quê? De que forma? Essa reflexão ganha mais importância numa conjuntura de crise em que, via de regra, o sistema capitalista faz do trabalho e dos trabalhadores a variável de ajuste, desempregando em massa mas mantendo os índices de lucro dos capitalistas. Sem dúvida é um bom e pertinente debate.
O Último Teorema de Fermat, de Simon Singh, da Editora Record.
Para falar dessa leitura começo reproduzindo questões que a Georgia, do blog Saia Justa encaminhou para repartir leituras entre blogueiros:
Gênero - Documentário...história da matemática Traducao - de Jorge Luiz CalifePor que resolveu ler este livro? Ele estava lá na escola, chegou em 2008. Me passou um certo ar de mistério e me instigou... também me trouxe uma lembrança de uma matéria que em algum dia eu li ou vi sobre o tal ùltimo teorema e a recompen$a oferecida a qem resolvesse.O livro é sobre... Matemática! Uma saga peloconhecimento humano desde a antiguidade até as unievrsidades do século XX, ligadas pelodesemvolvimento daquele que passou a ser chamado de o "maior enigma da matemática d etodos os tempo"...levou 358 anos para chegar a uma solução!O que achou mais interessante? A obstinação de gerações dematemáticos pela construção do conhecimento. A intensidade e a profundidade com quemuitos deram a vida pela matemática... e em especialalgumas curiosidades sobre a Irmandade Pitagórica, a participação feminian na história damatemática (desde a mulher de Pitagoras), as formas modulares e as equações elípticas que acabaram se transformando no "elo perdido" para o Teorema de Fermat.Outra coisa interessante foi a história de Fermat, matemático por diletantismo, nas horas vagas, acusado de "fanfarrão" pelos gênios da sua época.... legou um grande mistério para a humanidade lá no século XVII como se estivesse fazendo uma grande brincadeira....Pontos fracos? EU e meu pouco conhecimento da matemática.Pelo menos da aplicada e pura que aparece no livro, muitas coisas eu não peguei pela linha matemática...apenas pude acompanhar as contribuiç~eos de uma ´[epoca a outra, entre vários estudiosos/as como quem segue as pistas de um enigma e encaixa algumas sem entendê-las isoladamente....Mas aí já posso indicar umponto forte: permite que, mesmo quem não tenha aprofundamentos matemáticos, entenda e goste da his´ptoria e da própria matemática.Para quem indica? para todos os professores de matemática (principalmente aqueles que fazem da sua matéria um instrumento de poder e dominação pelomedo e mistério!) e para todos que tem medo da matemática e de seus professores de matemática!De um a dez, qual nota você dá? 8 (pq eu sou chato e detesto dar notas)
O Livro foi de uma leitura saborosa que me absorveu durante alguns dias para a Matemática e suas ilimitadas composições; a Matemática natural das quantias que conseguimos mensurar, tanger, perceber; mas também a Matemática para Iniciados, que chega as raias do inimaginável e do incompreensível.
Nestes últimos casos, fiquei do lado de fora d aporta, apenas espiando, curiosa e respeitosamente as dimensões superiores de raciocínio e compreensão a que levam os números.
Paradoxalmente saí desse livro me sentindo mais íntimo da Matemática e, ao final, no passar da última página, também me senti um pouco como Andrew Willes ao finalmente comprovar e demonstrar o enigma que o acompanhou por décadas e desafiou o mundo por 358 anos:
"Há um sentimento de melancolia. Perdemos algo que há muito tempo estava conosco e que atraiu muitos de nós para a Matemática." (p. 286)
Da minha parte, acho que vou acompanhar as aventuras do Tio Petras na descoberta da Conjectura de Goldbach. Outro desafio da Matemática ao conhecimento humano.
Uma grata surpresa na escola foi a chegada de um exemplar do livro RS Negro: cartografias sobre a construção do conhecimento, publicado pela EDIPUCRS em 2008. O livro traz uma compilação de artigos que versam sobre a história e a historiografia africana e afro-brasileira, em especial no RS, desde o período colonial, com a escravidão até a luta contra a discriminação e pala garnatia de direitos sociais e culturais. Passa pela riqueza cultural e histórica de participação e conquista de espaços em uma sociedade racista e desigual.
Registre-se os organizadores Gilberto da Silva, José ANtônio dos Santos e Luiz Carlos Carneiro e que cada escola da Rede Estadual do RS receberam um exemplar (professor, estudante: peça na Direção para ver/ler esse livro!). Esse material colabora para suprir um vazio de materiais didáticos que deem conta do cumprimento da Lei 10639/03 que institui a presença dos temas Africanos e Afro-Brasileiros nos currículos!
"Sobrevoando" o livro em primeira mão, li alguns artigos (no total são 22), entre os quais destaco os seguintes:
--> SPORT CLUB CRUZEIRO DO SUL e SPORT CLUB GAUCHO: associativismo e visibilidade negra em terras de imigração européia no RS, de Fabrício Gomes e Magna Lima Magalhães.
Conta a história de organização e luta por espaços em uma sociedade pós-escravista, marcada pelo segregacionismo e pela separação até mesmo dos espaços públicos , " onde o negro pisava o branco não frequentava", vivenciando na prática um regime de apartação.
Pois contrariando a história da passividade que a historiografia oficial aponta, o artigo resgata a capacidade organizativa da negritude em busca de afrimação social e identitária, inclusive em "berços" da imigração européia como Novo Hamburgo e Caxias do Sul, cidades onde surgiram as agremiações que dão nome ao artigo.
Associações de voluntariados, culturais, beneficentes, recreativas e esportivas forma várias. Inclusive no futebol, foi fundada a "liga Nacional de Futebol", pejorativamente conhecida como "Liga dos Canelas Pretas". Essa "Liga" é ainda hoje fato marcante na história das duas principais equipes de futebol do RS, gerando polêmicas entre os torcedores "herdeiros" de clubes fundados por alemães (GFBPA) e italianos (SCI). Mas isso é outra história!!!
--> A Cor da Cultura: crianças, televisão e negritude na escola, de Sátira Pereira Machado.
Aqui vemos a experiência do Projeto "A Cor da Cultura" contada a partir de alguns pressupostos que embasama uma abordagem de combate a discriminação, valorização da diversidade, afirmação identitária e respeito à imagem e a cultura da negritude, contribuindo para esse debate tanto na mídia quanto nos espaços escolares.
Porém confesso, que a parte mais interessante do artigo está na introdução, quando a autora discorre sobre a TV e de como os afro-brasileiros e africanos têm sua cultura e sua história retradada e reproduzida pelos meios d ecomunicação hegemônicos.
Além da crítica aos programas infantis que "erotizam" e " consumizam" as crianças desde cedo (veja "Criança: a alma do Negócio"), Sátira, exemplifica alguns programas que escamoteiam o problema racial no Brasil e outros que, de certa forma, reproduzem estereótipos e preconceitos.
Cita inclusive o clássico de Monteiro Lobato, televisionado desde 1964, passando por vários elencos e várias emissoras (TV Tupi, TV Cultura-SP, Tv Bandeirantes e TV Globo). Nas versõe spara a televisão o estereótipo da Tia Nastácia, negra, trabalhadora semi-escrava, apresentada com a "devida" docilidade e subserviência, alvo constante das "mal-criações" da boneca Emília, revelam o traço racista que muitos críticos enxergam em Monteiro Lobato. Importante leitura, sobretudo pela necessidade ética de revisarmos nossa literatura e nossa produção audiovisual, garantindo um acervo material que valorize a diversidade e problematize as questões raciais, históricas e sociais do Brasil.
Sobre o racismo e Monteiro Lobato, há poucos dias me deparei com o livro "O Presidente Negro" (é rapidinho pra baixar!!) onde podemos verificar um pouco dessas questões e avaliar o autor. É uma boa leitura. Um exercício de futurologia arriscado lá em 1926... tô lendo...
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