terça-feira, 31 de março de 2009
Informática e Educação: Governo Yeda (mais uma vez) mostrando as caras...
sexta-feira, 27 de março de 2009
Yeda e Maluff
Essa eu não resisti!!!!
Reproduzo (na cara dura) do Blog RS Urgente:
Comentário do deputado federal Paulo Maluf (PP), acusado de lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro, sobre a governadora Yeda Crusius (PSDB), em entrevista ao jornal O Pioneiro:
“Vou ser muito claro: confio 100% na honestidade da governadora Yeda. Eu também fui governador e sei que quem chega a ser governador ou presidente está escrevendo a sua biografia. Ninguém chega num cargo desses pretendendo fazer irregularidades. Se as pessoas não têm defeito quando chegam num cargo público, a oposição inventa. Eu acredito na honestidade da governadora, foi uma boa ministra do Planejamento no governo do Itamar, e tenho certeza de que ela tem uma história de luta. A mulher gaúcha é muito valorosa, e acho que ela vai vencer com uma administração correta, competente como está fazendo, sem as acusações mentirosas que a oposição faz a ela”.:
quarta-feira, 25 de março de 2009
Livros do mês
O Trabalho à beira do Abismo - Uma crítica Marxista à Tese do Fim da Centralidade do Trabalho de Sérgio Prieb, publicado pela Editora UNIJUÍ, em 2005.
Neste trabalho o professor Sérgio Prieb analisa alguns teóricos do Marxismo (ou que pelo menos em algum momento se filiaram a essa corrente de pensamento), verificando algumas teses que se desenvolveram ao longo do século XX sobre as mudanças ocorridas na sociedade e, em especial, no proletariado. As teses de Adam Schaff e André Gorz são apresentadas e questionadas no sentido em que levam à retirada do papel histórico da classe trabalhadora. Apresentam-se enquanto revisões moderadas da teoria da luta de classes, que para os autores estava findando ou já era categoria inexistente na sociedade.
Visto isso, resta saber qual o destino da classe trabalhadora e do próprio trabalho. O "tempo livre" oferecido (sic) pelo Capitalismo e pela automoção do trabalho liberou os trabalhadores para quê? De que forma? Essa reflexão ganha mais importância numa conjuntura de crise em que, via de regra, o sistema capitalista faz do trabalho e dos trabalhadores a variável de ajuste, desempregando em massa mas mantendo os índices de lucro dos capitalistas. Sem dúvida é um bom e pertinente debate.
O Último Teorema de Fermat, de Simon Singh, da Editora Record.
Para falar dessa leitura começo reproduzindo questões que a Georgia, do blog Saia Justa encaminhou para repartir leituras entre blogueiros:
Gênero - Documentário...história da matemática Traducao - de Jorge Luiz CalifePor que resolveu ler este livro? Ele estava lá na escola, chegou em 2008. Me passou um certo ar de mistério e me instigou... também me trouxe uma lembrança de uma matéria que em algum dia eu li ou vi sobre o tal ùltimo teorema e a recompen$a oferecida a qem resolvesse.O livro é sobre... Matemática! Uma saga peloconhecimento humano desde a antiguidade até as unievrsidades do século XX, ligadas pelodesemvolvimento daquele que passou a ser chamado de o "maior enigma da matemática d etodos os tempo"...levou 358 anos para chegar a uma solução!O que achou mais interessante? A obstinação de gerações dematemáticos pela construção do conhecimento. A intensidade e a profundidade com quemuitos deram a vida pela matemática... e em especialalgumas curiosidades sobre a Irmandade Pitagórica, a participação feminian na história damatemática (desde a mulher de Pitagoras), as formas modulares e as equações elípticas que acabaram se transformando no "elo perdido" para o Teorema de Fermat.Outra coisa interessante foi a história de Fermat, matemático por diletantismo, nas horas vagas, acusado de "fanfarrão" pelos gênios da sua época.... legou um grande mistério para a humanidade lá no século XVII como se estivesse fazendo uma grande brincadeira....Pontos fracos? EU e meu pouco conhecimento da matemática.Pelo menos da aplicada e pura que aparece no livro, muitas coisas eu não peguei pela linha matemática...apenas pude acompanhar as contribuiç~eos de uma ´[epoca a outra, entre vários estudiosos/as como quem segue as pistas de um enigma e encaixa algumas sem entendê-las isoladamente....Mas aí já posso indicar umponto forte: permite que, mesmo quem não tenha aprofundamentos matemáticos, entenda e goste da his´ptoria e da própria matemática.Para quem indica? para todos os professores de matemática (principalmente aqueles que fazem da sua matéria um instrumento de poder e dominação pelomedo e mistério!) e para todos que tem medo da matemática e de seus professores de matemática!De um a dez, qual nota você dá? 8 (pq eu sou chato e detesto dar notas)
Nestes últimos casos, fiquei do lado de fora d aporta, apenas espiando, curiosa e respeitosamente as dimensões superiores de raciocínio e compreensão a que levam os números.
Paradoxalmente saí desse livro me sentindo mais íntimo da Matemática e, ao final, no passar da última página, também me senti um pouco como Andrew Willes ao finalmente comprovar e demonstrar o enigma que o acompanhou por décadas e desafiou o mundo por 358 anos:
"Há um sentimento de melancolia. Perdemos algo que há muito tempo estava conosco e que atraiu muitos de nós para a Matemática." (p. 286)
Da minha parte, acho que vou acompanhar as aventuras do Tio Petras na descoberta da Conjectura de Goldbach. Outro desafio da Matemática ao conhecimento humano.
Uma grata surpresa na escola foi a chegada de um exemplar do livro RS Negro: cartografias sobre a construção do conhecimento, publicado pela EDIPUCRS em 2008. O livro traz uma compilação de artigos que versam sobre a história e a historiografia africana e afro-brasileira, em especial no RS, desde o período colonial, com a escravidão até a luta contra a discriminação e pala garnatia de direitos sociais e culturais. Passa pela riqueza cultural e histórica de participação e conquista de espaços em uma sociedade racista e desigual.
Registre-se os organizadores Gilberto da Silva, José ANtônio dos Santos e Luiz Carlos Carneiro e que cada escola da Rede Estadual do RS receberam um exemplar (professor, estudante: peça na Direção para ver/ler esse livro!). Esse material colabora para suprir um vazio de materiais didáticos que deem conta do cumprimento da Lei 10639/03 que institui a presença dos temas Africanos e Afro-Brasileiros nos currículos!
"Sobrevoando" o livro em primeira mão, li alguns artigos (no total são 22), entre os quais destaco os seguintes:
--> SPORT CLUB CRUZEIRO DO SUL e SPORT CLUB GAUCHO: associativismo e visibilidade negra em terras de imigração européia no RS, de Fabrício Gomes e Magna Lima Magalhães.
Conta a história de organização e luta por espaços em uma sociedade pós-escravista, marcada pelo segregacionismo e pela separação até mesmo dos espaços públicos , " onde o negro pisava o branco não frequentava", vivenciando na prática um regime de apartação.
Pois contrariando a história da passividade que a historiografia oficial aponta, o artigo resgata a capacidade organizativa da negritude em busca de afrimação social e identitária, inclusive em "berços" da imigração européia como Novo Hamburgo e Caxias do Sul, cidades onde surgiram as agremiações que dão nome ao artigo.
Associações de voluntariados, culturais, beneficentes, recreativas e esportivas forma várias. Inclusive no futebol, foi fundada a "liga Nacional de Futebol", pejorativamente conhecida como "Liga dos Canelas Pretas". Essa "Liga" é ainda hoje fato marcante na história das duas principais equipes de futebol do RS, gerando polêmicas entre os torcedores "herdeiros" de clubes fundados por alemães (GFBPA) e italianos (SCI). Mas isso é outra história!!!
--> A Cor da Cultura: crianças, televisão e negritude na escola, de Sátira Pereira Machado.
Aqui vemos a experiência do Projeto "A Cor da Cultura" contada a partir de alguns pressupostos que embasama uma abordagem de combate a discriminação, valorização da diversidade, afirmação identitária e respeito à imagem e a cultura da negritude, contribuindo para esse debate tanto na mídia quanto nos espaços escolares.
Porém confesso, que a parte mais interessante do artigo está na introdução, quando a autora discorre sobre a TV e de como os afro-brasileiros e africanos têm sua cultura e sua história retradada e reproduzida pelos meios d ecomunicação hegemônicos.
Além da crítica aos programas infantis que "erotizam" e " consumizam" as crianças desde cedo (veja "Criança: a alma do Negócio"), Sátira, exemplifica alguns programas que escamoteiam o problema racial no Brasil e outros que, de certa forma, reproduzem estereótipos e preconceitos.
Cita inclusive o clássico de Monteiro Lobato, televisionado desde 1964, passando por vários elencos e várias emissoras (TV Tupi, TV Cultura-SP, Tv Bandeirantes e TV Globo). Nas versõe spara a televisão o estereótipo da Tia Nastácia, negra, trabalhadora semi-escrava, apresentada com a "devida" docilidade e subserviência, alvo constante das "mal-criações" da boneca Emília, revelam o traço racista que muitos críticos enxergam em Monteiro Lobato. Importante leitura, sobretudo pela necessidade ética de revisarmos nossa literatura e nossa produção audiovisual, garantindo um acervo material que valorize a diversidade e problematize as questões raciais, históricas e sociais do Brasil.
Sobre o racismo e Monteiro Lobato, há poucos dias me deparei com o livro "O Presidente Negro" (é rapidinho pra baixar!!) onde podemos verificar um pouco dessas questões e avaliar o autor. É uma boa leitura. Um exercício de futurologia arriscado lá em 1926... tô lendo...
segunda-feira, 23 de março de 2009
É preciso mudar o Homem!
Eu como bom teimoso, adepto convicto da esperança, sempre tive receios com essas versões. Apesar do anunciado “Fim da História” nos anos 90, sempre achei que algo diferente espera por nós, “macacos nus”.
Certa feita, com colegas da faculdade de História e na pujança de uma mesa de bar, começaram de novo as conjecturas. Com aquele tom definitivamente provisório que só uma conversa entre bons amigos e a terceira rodada nos dá, defendíamos que a “salvação” só seria possível se houvesse uma mudança profunda na humanidade. Uma reforma (ou uma revolução) moral, que trouxesse à tona o que d e melhor e mais virtuoso existe na humanidade.
Daí em diante seria fácil cair para teorias místicas ou messiânicas. A tal mudança d e paradigmas morais, desejada nesses termos, poderia soar como um apelo religioso ou um incentivo a soluções intimistas, individuais.
Entretanto, sem perceber, estávamos construindo ou reforçando em nós a importância do ato de educar. Pouco a pouco iríamos perceber que essa mudança passa pela atividade que acabamos escolhendo: a docência. Que como deixa claro o enunciado freireano, não pode tudo sozinha, mas sem ela o mundo não muda também.
O tempo passou.
Alguém deve ter pago a conta e hoje não nos encontramos mais nos bares.
Estamos espalhados por este Rio Grande (Uruguaiana, Itaqui, Porto Alegre, Erechim, Frederico Westphalen...) todos professores, todos educadores procurando fazer a diferença.
Nostalgias à parte, isso me fez lembrar e entender a admiração que construí pela figura do Che. Che Guevara, o revolucionário; o guerrilheiro, mas também Che , o Humanista.
Mais do que ninguém, encarnou os valores do Homem Novo e da Mulher Nova como fins e meios da Revolução. Nesse sentido, deu exemplos de vida (e de morte) e personificou grandes e revolucionárias virtudes.
Paulo Freire vai revisitar esse conceito de Homem Novo. A tomada de consciência para Paulo representa a assunção da verdadeira humanidade, perdida e humilhada nos processos de dominação e exploração. Isso dá clara e forte intencionalidade a sua (nossa!) educação como prática de liberdade.
Pelo exposto, mas também por concordar que a história é feita por “homens [e mulheres] corpóreos, com os pés firmemente cravados no chão” (Karl Marx), quero repartir texto de Georges Bourdokan publicado na Caros Amigos nº 144, de março. Vale a pena!
(CLIQUE NAS IMAGENS PARA LER)
Em lembrança àquela mesa lá do início, vamos fazer um brinde aos teimosos e teimosas que insistem em ter esperança!
Dia Mundial da Água (foi ontem!)
O 22 de março foi definido pela ONU como Dia Mundial da Água desde 1993. De lá pra cá os debates sobre a sustentabilidade do planeta têm aumentado, apesar de ainda produzirem resultados menores que o necessário.
Como informação para refletir que tal conhecer a DECLARAÇÂO UNIVERSAL DOS DIREITOS DA ÁGUA?
Declaração Universal dos Direitos da Água
Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta.Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.
Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta.Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.
Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.
Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.
Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.
Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.
Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.
Art. 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.
Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.
Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.
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Aqui no Instituto Estadual Paulo Freire algumas atividades coordenadas pela Educadora Giselda Mott marcaram as reflexões sobre a água nos últimos dias. Após os debates em sala e a construção de algum material (textos e cartazes), as turmas socializaram no Salão da escola e nos saguões um pouco dessas discussões.
Um pouco dessas atividades pode ser vista no perfil do orkut do IEPF! Passa lá!
Veja mais fotos!
Pois então, fechando o verão, que tal as “Águas de Março”?
sexta-feira, 20 de março de 2009
Dia Mundial da Água
Como será o cuidado com nossos mananciais ? Qual o papel da sociedade e do poder público no cumprimento da legislação ambiental? Quais as estratégias adequadas para executar com agilidade, qualidade e sustentabilidade as ações de saneamento ambiental?
Essas questões passam pelo marco regulatório nacional e pelo Plano de Manejo de Recursos Hídricos que vier a ser praticado aqui. Nesse momento isso depende de como encaminharemos a futura licitação chamada pelo Executivo para definir a empresa concessionária dos serviços de água e esgoto. O PL 006/09 apresentava os termos em que será publicado o edital futuro. Temos acompanhado essa polêmica aqui pelo SUB e na última terça-feira os 3 vetos encaminhados pelo prefeito Zé Francisco (PSDB) foram votados.
Na postagem abaixo já comentamos os tais vetos (role até lá ou clique aqui).
A análise do relator Kiko Barbará (PMDB) concedeu parecer favorável a dois vetos: o que tratava da indexação do valor da tarifa sempre a menor que os valores praticados pela CORSAN e o segundo que obrigava a Prefeitura a estabelecer subsídios e uma política de tarifa social aos usuários de baixa renda. Com o entendimento de que são matérias de prerrogativa do executivo a Câmara acatou esses vetos, deixando agora nas mãos da tucanada a responsabilidade de apresentarem as garantias de que o custo dos serviços de saneamento e água potável serão mesmo reduzidos. Afinal d eocntas, em sua campanha privatista, declaradamente contra à CORSAN, Zé Francisco, O Prefeito, sempre afirma que os custos serão reduzidos e quem não cumprir isso depois de assumir o contrato será "mandado embora"!
Sobre a tarifa social recai a mesma dúvida. Haverá por parte do governo municipal algum gesto nesse sentido? Ou derrubada a obrigatoriedade - que pode se rproposta pelo próprio Executivo se assim quiser - levará ao fim às já insuficientes políticas de Tarifa Social?
Um veto caiu!
Aquele que falava da autorização legislativa para o reajuste de tarifas. A Câmara avaliou possível e importante manter esse dispositivo, derrubando o veto com 6 votos. (imagino que apenas a bancada do PSDB tenha votado a favor do veto).
Leia a matéria da Câmara Municipal sobre a votação dos vetos no dia 17/03.
Privatização!
Todas essas questões só reforçam o cuidado pedido pelas meninas da 5 A, finalistas do Ensino Médio no Instituto Estadual Paulo Freire: "É preciso abrir o olho com a PRIVATIZAÇÃO!".
*colagem apresentada na sexta-feira 20/03 (vulgo "hoje de manhã")
quarta-feira, 18 de março de 2009
Aqui também temos vetos para acompanhar...
As polêmicas envolvendo o futuro da gestão da água em Uruguaiana estão longe de acabar. Após a atribulada sessão Extraordinária de 3 de fevereiro, que pegou muito marinheiro de primeira viagem sem bóia e muito aviador sem paraquedas,, o prefeito Zé Francisco (PSDB) apos três vetos às emendas aprovadas por unanimidade pelo legislativo municipal.
Lembra dessa polêmica? Lembra dos debates? Se precisar refrescar a memória é só ir clicando...
Pois para o início de março chegaram os esperados vetos. Só não se imaginava que fossem tão explícitos e reveladores.
Vejamos cada um deles e o que nos parece:
O Poder Público deverá conceder subsídios à população de baixa renda (Tarifa Social) --> VETADO Com este veto a Prefeitura escancara que não pretende atender as camadas mais pobres. Aponta que o texto original, enviado pelo Prefeito, já permitia a concessão de Tarifa Social e que tal emenda é ingerência demasiada em matéria do Executivo.
Porém o que o texto original apregoava era que o "executivo poderá" conceder os subsídios, o que pode ser lido "poderá, se quiser".
É fato que o planejamento orçamentário e eventuais contingenciamentos financeiros poderão ser razões para alterar, para mais ou para menos, os índices do subsídio, mas nunca poderá ser razão para esquivar-se desse compromisso.
O subsídio possível, discutido social e coletivamente com a Agência Reguladora específica e a sociedade, DEVERÁ ser implementado para a população.
A tarifa praticada pela concessionária terá como limite referência 90% do valor praticado pela CORSAN ao longo de TODO O CONTRATO --> VETADO
Felice disse, no texto original, que essa relação deveria se dar APENAS nos primeiros DOZE MESES de contrato, deixando livre os outros vinte e nove anos! Mas agora afirma que essa indexação é ilegal e inconstitucional.
Porque era legal antes? Porque era constitucional pelo primeiro ano? O que isso quer dizer? Será que é apenas uma tentativa de justificar a suposta redução das tarifas, tão divulgada por nosso mandatário maior? Quando o contrato que está sendo "construído" não traz garantias sobre isso.
A verdade é que tanto melindre em torno dessa questão esconde (ou revela) a sanaha pelo lucro das empresas privadas que cobiçam a água. E certamente não será o PSDB de Sanchotene que colocará limites nisso. E mais uma vez, o povo pagará. E mais caro!
A determinação e concessão de reajustes dependerá de aprovação legislativa --> VETADO
Ora Bolas! Mais aí já é demais!!!!
Propor que a Câmara possa debater e, quem sabe, limitar a termos justos, o quinhão que os capitalistas vão lucrar é impensável!!!!
A Agência Reguladora que será constituída (ainda não existe) deverá ser uma forma importante de controle social sobre a gestão dos recursos hídricos porém, é muito mais suscetível à pressões do Executivo ou da concessionária.
Passar pelo debate no Legislativo só agregaria legitimidade a essas discussões. Afastar a Câmara desse debate só gera dúvidas sobre a transparência e lisura com que será tratada nossa água tratada (com o perdão da redundância!).
Pois então é isso!
Os vetos estão com a Comissão de Constituição, Justiça e Redação, presidida pelo peregrino das siglas, Adalberto Silva (hoje no PP) e com relatoria de Kiko Barbará (PMDB).
Kiko já ajeitou a bola na marca do penalty. Parece que a Câmara vai chutar forte e no canto... ou recuará docemente para o goleiro????
Esperamos a hora do apito!
OBS.: essa postagem estava pronta durante os dias em que estive sem PC...os vetos já foram votados ontem e no próximo post falamos sobre isso...
VETOS e tucanagens! (ainda)
Não sei bem como, nem sei qual será o instrumento político-jurídico-administrativo que será usado agora; mas tenho ouvido/lido que 18 parlamentares que votaram contra o veto (e a favor da Educação!) ainda tentarão um outro expediente para trazer essa discussão de novo ao cenário político, via Assembléia Legislativa, e tentar fazer justiça nesse caso.
"Vão-se os anéis e ficam os dedos"
Um daqueles incompreensíveis casos de "discurso bipolar" foi protagonizado pelo deputado Francisco Appio (PP). Com o adágio popular citado acima, tentava explicar na imprensa o seu voto favorável ao veto, defendendo um governo que , em menos de 72 horas, acusava de ter um "secretariado medíocre". Entenda-se se for possível.
A afirmação foi feita em uma reunião com representantes do CPERS, em Vacaria, na Casa Verde, gabinete regional do parlamentar. Em seu lar, Appio afirmara seu voto em defesa dos servidores, mas isso não se confirmou. (a cacofonia "lar, Appio" foi irresistível, desculpem!!)
Leia o relato de tal conversa aqui.
O futuro do Rio Grande
Que o "tucano way o life" dos pampas tem o bico virado pra SP e MG todo mundo já sabe. E que por lá o descaso e o sucateamento da educação anda adiantado também não é novidade, com indicativos cadentes da "qualidade"(sic) da educação escondidos pelos méritos da "gestão" (sic) "saneada".
Aqui pelas bandas mais meridionais também grassa o tucanismo e a tese do "adestramento programado". Busca-se de lá a experiência padronizadora dos currículos através de cartilhas padronizadas pra a toda a rede.
O debate e a questão da qualidade social ficam relegados a planos inferiores.
Veja então o que nos espera se não houver a derrubada desse "modelo" que se arvorou no palácio Piratini e na SE:
Um livro de geografia distribuído pelo governo paulista aos alunos da sexta série do ensino fundamental traz duas vezes o Paraguai no mapa da América do Sul e ainda inverte a localização do Uruguai e Paraguai. O erro repete-se também no livro do professor.Se como dizem "errar é humano", fugir do erro deve ser "tucano". AS erratas - ao que tudo indica são muitas - são disponibilizadas apenas no site da secretaria de educação paulistas, com acesso restrito às direçoes das escolas. À sociedade não são prestados esclarecimentos. (e nem pra fazer graça consegui achar um mapa com dois "Paraguais")
Um professor de São José do Rio Preto disse que identificou a falha no mapa em sala de aula. O erro foi motivo de piada entre os alunos. Segundo ele, há erros em quase todos os cadernos, mas, geralmente, são de grafia, não de informação. Cingapura, por exemplo, foi grafado com "s". Mas o erro do mapa, diz, "é gravíssimo".
LEIA NA ÍNTEGRA clicando aqui.
segunda-feira, 16 de março de 2009
Vetos!
Depois das "férias" por questões técnicas, volto pra falar sobre o Veto Parcial de Yeda.
Na semana passada tivemos toda a atenção para a Assembléia Legislativa para acompanhar a votação que poderia ter derrotado Yeda e instaurar um pingo de justiça na rede estadual do RS.
Pois não é que os "figurões" resolveram mostrar a cara???? A turma que aprovou, em dezembro de 2008, o pagamento pelos dias de greve agora votou contra !!!!
Apesar de que os dias foram devidamente recuperados e garantidos todos dias letivos que são direito da sociedade!!!!!
Pois algo não está certo nessa história! Os parlamentares que defenderam a a anistia e o pagamento pelos dias das mobilizações perguntavam a todo momento que motivos haviam feito a base da governadora mudar de voto??? E porque não iam à tribuna defender seu novo posicionamento???
É certo que esse povo a gente conhece. Não podemso nem nos dizer surpresos... mas como registro tá aqui a lista da turma que votou CONTRA A EDUCAÇÃO PÚBLICA DO RS:
ílio dos Santos (PTB)
Adilson Troca (PSDB)
Adolfo Brito (PP)
Alberto Oliveira (PMDB)
Alceu Moreira (PMDB)
Alexandre Postal (PMDB)
Álvaro Boessio (PMDB)
Carlos Gomes (PPS)
Coffy Rodrigues (PSDB)
Edson Brum (PMDB)
Francisco Appio (PP)
Frederico Antunes (PP) Esse é daqui da Atalaia da Pátria, gente!!!! Não esqueçam....
Gilberto Capoani (PMDB)
Iradir Pietroski (PTB) (muito tenso nas votações...)
Jerônimo Goergen (PP)
João Fischer (PP)
Jorge Gobbi (PSDB)
Luciano Azevedo (PPS)
Luiz Fernando Záchia (PMDB)
Marco Peixoto (PP)
Nelson Marchezan Jr. (PSDB)
Paulo Brum (PSDB)
Paulo Odone (PPS)
Pedro Pereira (PSDB)
Pedro Westphalen (PP)
Sandro Boka (PMDB)
Zilá Breitenbach (PSDB)
Fizeram seu estrago... tentam (e conseguem) intimidar as categorias que mais pressão colocariam (colocarão, eu acredito!) no Governo da tucanagem guasca. Logo agora em que escândalos e fraudes se arvoram sobre os pesados bicos do Governo Yeda (Detran, PSOL, RODIN, Marcelo Cavalcante, Lair Ferst, Ouvidor, grampos ilegais, chantagem, tráfico d einfluências, "por menso de cem mil nem me levanto..."...ufa...) o recado da Assembléia pode ter sido: "Não venham de grito pra cima de nós que a gente corta o salário!!!!"
Estou calculando aqui quanto dá um dia do meu trabalho, na próxima paralisação eu já envio ou deixo no Palácio o valor correspondente ao tempo parado, por que sequer cortar salários esse governo teve competência para fazer!! Até hoje tem gente com ganho ou corte irregular... Haja paciência!!!
Do site do Cpers:
"Constrangidos os deputados governistas não tiveram coragem para defender o veto. Os que se manifestaram foi na tentativa de justificar seu voto. Alguns preferiram se ausentar para evitar o desgaste de um confronto com os servidores públicos, que durante três dias ocuparam as galerias e a praça da Matriz mostrando o espírito de luta e organização.O governo do estado só hoje conseguiu manter no plenário a sua base, mostrando fragilidade e desorganização, pois está envolto em vastas denúncias de corrupção e como extrema instabilidade política.
Nunca na história do Rio Grande do Sul viu-se tamanha ingerência do Executivo no Poder Legislativo, barganhando com alguns deputados da base aliada o seu voto. Deputados que serviram como carrascos para o governo executar o seu ato autoritário e antidemocrático."
JUSTIÇA SEJA FEITA
21 deputados e deputadas defenderam o serviço público, com votos e argumentos, e registro os nomes aqui:
Adão Villaverde (PT)
Adroaldo Loureiro (PDT)
Cassiá Carpes (PTB)
Daniel Bordignon (PT)
Dionilso Marcon (PT)
Elvino Bohn Gass (PT)
Fabiano Pereira (PT)
Gerson Burmann (PDT)
Gilmar Sossella (PDT)
José Sperotto (DEM)
Kalil Sehbe (PDT)
Marisa Formolo (PT)
Marquinho Lang (DEM)
Miki Breier (PSB)
Nelson Härter (PMDB)
Paulo Azeredo (PDT)
Paulo Borges (DEM)
Raul Carrion (PC do B)
Raul Pont (PT)
Ronaldo Zülke (PT)
Stela Farias (PT)
* A despeito da falta de mobilização no nosso 21º núcleo do CPERS, duas escolas pararam 100%; nosso Instituto Estadual Paulo Freire e o Ensino Médio Uruguaiana e muitos trabalhadores pararam em diferentes escolas (que "ordeiramente" fizeram períodos especiais para atender a escola).
Fizemos ainda um "plantão" na casa de uma colega, acompanhando via TV Assembléia as manifestações do "praguedo" nos três dias que pautaram o veto.
Leia mais no site da Assembléia Legislativa (procure notícias do dia 12/03/2009).
domingo, 8 de março de 2009
...mais macho que muito homem
Aliás, duas justiças... em primeiro lugar, justiça pela reflexão e pelos cumprimentos pelo 8 de março: Dia Internacional das Mulheres. Segunda justiça seja feita: reproduzo aqui um texto que tem corrido a internet como sendo de autoria da Rita Lee (até o pessoal da CMI caiu nessa, em 2004). Na verdade o texto abaixo é de Heloneida Studart, nascida no ceará em 1932, faleceu em 2007 no Rio de janeiro (leia biografia aqui). No RJ foi deputada estadual pelo Partido dos Trabalhadores e em 2001 escreveu o seguinte texto, que até hoje circula como sendo da Rita Lee (talvez uma confusão pela citação ao final):
Estes episódios marcaram para sempre a minha consciência e me fizeram perguntar que poder é esse que a família e os homens têm sobre o corpo das mulheres. Antes, para mutilar, amordaçar, silenciar. Hoje, para manipular, moldar, escravizar aos estereótipos.
Todos vimos, na televisão, modelos torturados por seguidas cirurgias plásticas. Transformaram os seios em alegorias para entrar na moda da peitaria robusta das norte americanas. Entupiram as nádegas de silicone para se tornarem rebolativas e sensuais. Substituíram os narizes, desviaram costas, mudaram o traçado do dorso para se adaptarem a moda do momento e ficarem irresistíveis diante dos homens.
Isso exatamente no momento em que a maioria de estudantes universitários (56%) é composta de moças. Em que mulheres se afirmam na magistratura, na pesquisa científica, na política, no jornalismo. E no momento em que as pioneiras do feminismo passam a defender a teoria de que é preciso feminizar o mundo e torná-lo mais distante da barbárie mercantilista e mais próximo do humanismo.
Por mim, acho que só as mulheres podem desarmar a sociedade. Até porque elas são desarmadas pela própria natureza. Nascem sem pênis, sem o poder fálico, tão bem representado por pistolas, revólveres, punhais.
Ninguém diz, de uma mulher, que ela é espada. Ninguém lhe dá, na primeira infância, um fuzil de plástico, como fazem com os meninos, para fortalecer sua virilidade.
As mulheres detestam o sangue, até mesmo porque têm que derramá-lo na menstruação ou no parto.
É preciso voltar os olhos para a população feminina como a grande articuladora da paz. E para começar, queremos pregar o respeito ao corpo da mulher. Respeito às suas pernas que têm varizes porque carregam lata d'água e trouxa de roupa. Respeito aos seus seios que perderam a firmeza porque amamentaram crianças. Ao seu dorso que engrossou, porque ela carrega o país nas costas. São mulheres que imporão um adeus às armas, quando forem ouvidas e valorizadas e puderem fazer prevalecer a ternura de suas mentes e corações.
Viva Rita Lee que canta:
"nem toda feiticeira é corcunda,
Heloneida Studart
O recuo da bateria...
sábado, 7 de março de 2009
Marx, Engels e Lula contra a crise do capitalismo...
Manifesto do Partido Comunista (Marx e Engels )
Alcir Martins
"Fruto de décadas de colaboração entre Marx e Engels, o marxismo influenciou os mais diversos setores da atividade humana ao longo do séc. XX. O Manifesto do Partido Comunista, obra redigida por Karl Marx e Friedrich Engels, em 1847, é o texto fundador do marxismo. Afirma que o motor da história é a luta de classes e expõe o programa político dos comunistas após a tomada do poder. O texto observa que o poder só pode ser atingido pela derrubada do Estado burguês e pela união dos proletários de todos os países."
O Manifesto foi elaborado no final de 1847, durante o II Congresso da Liga dos Comunistas, em Londres e publicado, pela primeira vez em 1848. De lá para cá, foi traduzido para praticamente todos os idiomas modernos, ganhando grande repercussão nos lugares aonde chegou.
O ano de sua publicação foi particularmente importante para as lutas do proletariado europeu pois neste ano irrompeu-se a luta de classes na França e a organização da classe trabalhadora italiana e alemã que, aliadas as burguesias locais consolidaram seus respectivos Estados Nacionais.
Marx e Engels, apesar de ainda jovens em 1848, (30 e 28 anos respectivamente), já eram conhecidos entre os campos revolucionários da esquerda européia. Já haviam produzido importantes textos teóricos - apesar de que suas principais obras ainda estariam por vir - e já haviam garantido lugares destacados na produção acadêmica e filosófica e na luta política dos trabalhadores.
Na Europa da metade do séc. XIX, a crescente utilização das máquinas diminuía cada vez mais a necessidade de força de trabalho, gerando desemprego e rebaixando as condições de vida dos trabalhadores empregados. É importante lembrar que estamos falando de uma época onde não existiam férias, limite para a jornada de trabalho diária, o trabalho extenuante era aplicado a crianças de qualquer idade, não havia intervalos para descanso ou refeições, os patrões podiam impor castigos físicos aos trabalhadores...
Esta situação traz dentro de si uma contradição: a existência dos donos das máquinas (patrões) e daqueles que só possuem o seu corpo (empregados). A relação que se dá entre estas duas classes sociais opostas é apenas uma: exploração.
A classe Burguesa (proprietária) COMPRA o trabalho daqueles que só possuem a sua força. Neste caso, os trabalhadores, que são muitos, são tratados como mercadorias que valem de acordo com a Lei da Oferta e Procura. RESUMINDO: a burguesia, que possui a propriedade dos meios-de-produção (terras, máquinas, indústrias, etc) dispõe da possibilidade de fazer crescer a sua riqueza material através do desgaste e da exploração constante da força de trabalho (energia, vida...) dos proletários (trabalhadores assalariados).
Nisto encontramos duas idéias chaves - talvez as mais importantes - do Manifesto:
A) As relações de exploração e dominação de uma classe sobre a outra são o motor da História [1]. Segundo o marxismo, a História só se move devido à luta de classes, quer dizer, sempre existiu uma classe explorada e uma exploradora, uma dominada e uma dominante, uma oprimida e uma opressora. Foi assim com senhores e escravos, com barões e servos, com mestres e aprendizes, com burgueses e proletários. E são as disputas entre uma classe e outra que fazem a História andar.
B) Já que a dominação burguesa é baseada na propriedade, a revolução proletário-comunista terá que abolir a propriedade privada burguesa. Como hoje em dia, falar em acabar com a propriedade privada no século XIX causava arrepios nos burgueses e na sociedade em geral. "E agora? Nada mais vai ser meu? E a minha casa? Minhas roupas?"Vejamos o que o próprio Manifesto nos diz, em seu segundo
capítulo:"Nós, comunistas, temos sido acusados de querer abolir a propriedade adquirida pessoalmente, fruto do trabalho do indivíduo, propriedade que dizem ser o fundamento de toda a liberdade, de toda atividade e de toda independência pessoais. Propriedade adquirida, fruto do próprio trabalho e do mérito pessoal! Falais da propriedade do pequeno burguês, do pequeno camponês, que antecedeu a propriedade burguesa? Não precisamos aboli-la: o desenvolvimento da indústria já a aboliu e continua a aboli-la diariamente. (...) O capital [2] é um produto coletivo e só pode ser colocado em movimento pela atividade comum de muitos membros da sociedade e mesmo, em última instância, pela atividade comum de todos os membros da sociedade. O capital, portanto, não é uma potência pessoal; é uma potência social. (...) Queremos apenas abolir o caráter miserável dessa apropriação, que fez com que o operário viva unicamente para aumentar o capital e só viva na medida em que o exige o interesse da classe dominante. (...) O comunismo não priva ninguém do poder de se apropriar dos produtos sociais; o que faz é eliminar o poder de subjugar o trabalho alheio por meio dessa apropriação."
Além disso, de romper com a propriedade burguesa, a tomada de poder pelo proletariado transformaria também as relações sociais e familiares, mudaria a educação e os serviços públicos e planificaria toda a produção a partir do Estado. Os autores têm a clareza de perceber que esta intervenção dificilmente acontecerá de forma pacífica, isto é, "a princípio, somente intervenções despóticas conseguiriam atingir o direito de propriedade burguês e as relações burguesas de produção".
Portanto é necessária a elevação do nível de consciência de classe do proletariado para que a tomada do poder seja possível. Após essa tomada do poder, no sentido de suprimir o antagonismo (disputa) de classe, algumas ações seriam tomadas, como por exemplo:
- Expropriação da propriedade fundiária e emprego da renda da terra nas despesas do Estado.
- Imposto fortemente progressivo.
- Centralização do crédito nas mãos do Estado, por meio de um banco nacional com capital do Estado e monopólio exclusivo.
- Centralização dos meios de transporte nas mãos do Estado.
- Unificação dos serviços industrial e agrícola.
- Educação pública e gratuita a todas as crianças.
- Eliminação do trabalho infantil na sua forma atual.
- Combinação da educação com produção material.
Para alcançar este objetivo, os comunistas almejavam construir uma ampla aliança entre os partidos democráticos[3] da Europa, pois era apenas no Velho Mundo que as condições materiais possibilitariam a subversão da sociedade burguesa, pois a maximização das capacidades produtivas é que seria redirecionada com a tomada de poder.
Os próprios autores, em edições posteriores chegaram a sugerir algumas mudanças no texto do Manifesto devido a algumas mudanças nas relações de trabalho, nas tecnologias e nas relações institucionais de poder da época. Hoje em dia vemos que muitas das categorias utilizadas na época foram transformadas e novas formas de trabalho também surgiram, porém, percebemos a atualidade da proposta de 1848, ainda hoje, quando vemos a escalada da tecnologia gerar exclusão e desemprego ao invés de pão; quando vemos a concentração de terras, riqueza, poder e capital nas mãos de poucos grupos ou famílias e quando percebemos a internacionalização das lutas contra esses males. Afinal de contas o mote principal da obra de Marx e Engels é a construção de uma sociedade mais justa e solidária, onde a riqueza e a cultura possam ser desfrutadas como bem universal por todos e todas sem exceção. Essa luta é tão atual hoje quanto há um século e meio atrás!NOTAS
[1] Importante lembrar que não se fala aqui da História humana anterior à invenção da escrita. Este período era praticamente desconhecido até 1847, quando o Manifesto foi escrito.
[2] Capital é, então, toda riqueza capaz de proporcionar renda, ou seja, capaz de gerar mais riqueza. Por exemplo: uma fábrica de sapatos que vale U$ 5mil, em dois meses produz sapatos equivalentes ao valor de U$ 5mil, mas continuará gerando lucro enquanto material e trabalhadores fizerem ela se movimentar. Todo este lucro estará concentrado na mão do proprietário da fábrica (capital) que pagará aos trabalhadores o mínimo possível para garantir seu lucro.
[3] Neste momento, partidos Democráticos representavam ideais e lutas de vanguarda.
sexta-feira, 6 de março de 2009
Arrocho pro funcionalismo...aumento pra RBS
Nos últimos dias fala em divulgar uma agenda positiva para "mostrar a verdadeira cara do governo"; já anunciou também que, em caso de derrota na Assembléia Legislativa, na questão do abono de greve, entarará na justiça para continuar sem pagar os servidores.
O recorte abaixo é obra do Kiko (clica na imagem para poder ler a manchete):
Mas este estratagema é bem conhecido dos tucanos, em São Paulo, José Serra já faz uso desse expediente para alegria da Folha de São paulo, Rede globo, etc...
Chegam ao descalabro do tipo de publicidade veiculada em várias regiões do país divulgando empresas estatatais de SãoPaulo!!! Pode????? Campanha SERRA PRESIDENTE!
“O crescimento do orçamento de 2008 para 2009 é da ordem de 20% enquanto o crescimento dos gastos com publicidade é da ordem de 90%. Ao mesmo tempo, não há novos investimentos na áreas de ensino técnico e tecnológico, por exemplo”, diz o líder do PT na Assembléia Legislativa, deputado Roberto Felício. “Essa previsão orçamentária de 2009 mostra uma intenção do governo. Teremos que ficar vigilantes para saber se não haverá dentro da administração direta propagandas para fora dos limites de São Paulo”.
Leia matéria na íntegra aqui!
Haja paciência!
quinta-feira, 5 de março de 2009
sobre vídeos, filmes e sacanagens...
A equação é: tornar a criança um adulto precoce = ter umconsumidor mais cedo
"Falta uma consciência da sociedade e dos formadores de opinião. E por outro
lado, há uma resistência dos setores econômicos que se sentem atingidos por alguma
forma de regulação (...) O discurso da publicidade é um discurso comercial, ele
não pode gozar da mesma proteção que o discurso político, religioso ou
científico".
terça-feira, 3 de março de 2009
(In)fidelidade Partidária
Nesses marcos e com a herança cultural do fisiologismo e da troca de favores tornou-se prática comum também a troca de partidos.
Muitas vezes motivada por razões pouco nobres, como a tentativa de aproximação a núcleos de poder ou a governos, para barganhar cargos ou vantagens, a infidelidade partidária chega a gerar alguns debates quando algum caso ganha espaço na mídia; fora essas ocasiões esporádicas (apesar de não tão incomuns) pouco se trata disso.
Para se ter uma ideia, no TSE, em levantamento de janeiro de 2009, haviam 8595 ações por infidelidade partidária.
Quando se fala disso, em geral as opiniões são de indignação, mas na vida real não é bem assim.
Por exemplo, aqui em Uruguaiana, da última legislatura para a atual, na Câmara Municipal, TODOS os vereadores que trocaram de partido, por diferentes motivos, foram re-eleitos. Aliás, dos 6 re-eleitos, apenas dois não trocaram de partido nos quatro anos anteriores (coisa que já haviam feito em oportunidade anterior) .
Brincando um pouco com isso, proponho um ranking da FIDELIDADE/INFIDELIDADE partidária entre os ocupantes de cadeiras no Legislativo Municipal aqui na Atalaia da Pátria:
No pódium os mais fiéis
1º lugar) Em primeiro lugar coloco Ronnie Mello, jovem vereador em primeiro mandato, participou pela primeira vez das eleições em 2008. Era da "Juventude Progressista" e sempre esteve vinculado ao PP.
Cabe a observação de que seu lema de campanha "Novas ideias, antigos ideais", me assusta.
Não pelas "novas ideias"mas pelos "antigos ideais"; afinal o seu PP de hoje já foi o PPB há poucos anos subtraído do "B", antigamente foi ARENA (dos militares na ditadura) que com a redemocratização virou PDS; quedepois virou PPB e PFL (hoje PP e DEM)!
2º lugar) Do segmento da segurança pública, outro estreante no pleito de 2008 é o vereador do PT José Clemente. Dirigente de entidade de classe, a ABAMF, já ocupou cargos em governos de outros partidos, desempenhando funções atreladas a sua função na área de segurança e trânsito.
3º lugar) Neraí Kauffmann, a ex-coordenadora do Restaurante Popular, foi alçada àcondiçãode surpresa da eleição e hoje é presidente do legislativo municipal. Até onde pude saber sua única filiação partidária é com os tucanos. Neraí segue os passos do marido, Delmar, que já migrou demilitane sindical a vereador peloPMDB, vice-prefeito e Secreta´rio Municipal pelo PSDB e hoje representa bem o "jeito tucano de governar".
E segue o ranking da (In) fidelidade...
4º lugar) Aqui um empate técnico. Kiko Barbará elegeu-se pelo PTB em 2004, foi secretário da Administração Caio Riela(PTB / 2001/04) e no meio da legislatura anterior migrou para o PMDB. Risso, o popular Barbeiro, elegeu-se em 2004 pelo PSDB; por questões de votações fora da linha tucana, acabou expulso do partido, sendo abrigado também pelo PMDB .
6º lugar) Alguém dirá que virou bagunça, que o ranking vai perder a credibilidade. Mas o fato é que empatados na 6ª colocação estão três edis. Já migraram entre partidos, por motivos diferentes, mas mudar entre PFL, PP e PSDB é quase como escolher entre rúcula e radicci: um é um pouco mais amargo que o outro, mas no fundo é tudo a mesma coisa...
Os trÊs são da bancada tucana-felicista. Deixo para @s leitor@s contarem o saldo de gols e desempatarem essa:
Josefina Soares, elegeu-se para o primeiro mandato em 1996 pelo então PPB. De lá prá cá já amargamos 13 anos da radialista na tribuna. Fora os jingles "Quarenta e cinco, seis, sete, oito..." e o "mata pau". "Essa é a Josefina que não vai desafinar"(sic).
Ex-integrante do PFL, partido pelo qual concorreu em algumas eleições, Dr. Tarragô, hoje no PSDB é líder do governo Felice na Câmara.
Outro estreante nesta legislatura é Rafael ALves, já foi do PPB e da "Juventude Progressista".
Esses três, pela "coerência" dos movimentos estão empatados!
9º lugar) Esse aqui é para Mauro BRUM . Num ranking às avessas, começando pelo "menos" fiel, estaria no pódium. Eleito em 2000 pelo PMDB, teve passagem pelo Governo Caio como Secretário de Obras (se não me falha a memória filiou-se ao PTB por algum tempo). Pelo PL, formando a base do Governo Lula, elegeu-se em 2004. Apósalgum tempo sem partido" voltou ao PMDB, e está na Casa para mais quatro anos .
Agora sim, o bicho pega!
10º) Essa é a posição do folclórico verador Adalberto SIlva. Dizem que já prometeu até a emancipação da Barragem!
Hoje, de volta ao legislativo municipal pelo PP, acumula o "mérito" de disputar cada eleição por um partido diferente : pelo PDT em 1996, pelo PPB em 2000, pelo PTB em 2004 e pelo PP em 2008.
Com a coincidência que desde 200o sempre disputa a eleição ao lado do Prefeito da época. Em 2000 o prefeito que tentou a reeleição era Bonotto, pelo PPB. Em 2004, Caio tentava a reeleição pelo PTB e em 2008 Felice foi reeleito com o apoio do PP. Quer dizer: em time que tá ganhando... é aí que eu quero jogar!
11º) Pelo movimento diametral que fez, o vereador Rogério de Moraes conquistou esta posição. DEpois de quatro disputas (92, 96, 2000, 2004) e duas eleições (2000 e 2004) pelo PT, Rogério foi parar no PSDB.
Com um desligamento traumático do PT, partido do qual foi expulso pela acusação de ter feito campanha para outro candidato a prefeito que não o petista Raul Tavares (2004), está hoje plenamente ajustado no PSDB, ocupa a 1ª Secretaria da Mesa Diretora.
Bueno! Se até mesmo Raul Seixas preferia ser "essa metamorfose ambulante" que que tem mdar de partido de vez em quando???
Ahhh..vamos se respeitar
domingo, 1 de março de 2009
Futurologia ou conjuntura?
Poderia ser frase de um analista do mundo de hoje, 2009. Mas foi escrita há mais de 140 anos por Karl Marx, in Das Kapital, 1867
Lembrança feita pelo Marco.
Volta às aulas...
Composição: Ras Bernardo / Lazão / Da Gama / Bino
Você precisa saber
O que passa aqui dentro
Eu vou falar pra você
Você vai entender
A força de um pensamento
Pra nunca mais esquecer
Pensamento é um momento
Que nos leva a emoção
Pensamento positivo
Que faz bem ao coração
O mal não O mal não
Sempre que para você chegar
Terá que atravessar
A fronteira do pensar
A fronteira do pensar
E o pensamento é o fundamento
Eu ganho o mundo sem sair do lugar
Eu fui para o Japão
Com a força do pensar
Passei pelas ruínas
E parei no Canadá
Subi o Himalaia
Pra no alto cantar
Com a imaginação que faz
Você viajar, todo mundo
Estou sem lenço e o documento
Meu passaporte é visto em todo lugar
Acorda meu Brasil com o lado bom de pensar
Detone o pesadelo pois o bom
Ainda virá
Você precisa saber
O que passa aqui dentro
Eu vou falar pra você
Você vai entender
A força de um pensamento
Pra nunca mais esquecer
Custe o tempo que custar
Que esse dia virá
Nunca pense em desistir, não
Te aconselho a prosseguir
O tempo voa rapaz.
Pegue seu sonho rapaz
A melhor hora e o momento
É você quem faz
Recitem
Poesias e palavras de um rei